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O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb) 2023, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta quarta-feira, colocou o Paraná no topo das avaliações do Ensino Fundamental, nos anos iniciais e finais, e do Ensino Médio. O estado foi o mais bem colocado pela segunda vez seguida, com notas acima das médias nacionais em cada um dos recortes do índice.
Segundo os dados disponibilizados pelo Inep, as cidades paranaenses mais bem colocadas em cada um dos três recortes não estão entre as maiores do estado. Em comum, as escolas públicas destes municípios mantiveram altas taxas de aprovação entre os anos de 2021 e 2023, com índices iguais ou muito próximos a 100%.
Para se chegar ao Ideb, os técnicos do Inep multiplicam esse percentual às notas dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Desta forma, nestes municípios, o nível de aprendizado em Matemática e Português, base de cálculo do índice geral, foi praticamente replicado como a nota do Ideb.
Anos iniciais do Ensino Fundamental
Anos finais do Ensino Fundamental
Ensino Médio
Do outro lado da tabela, as cidades onde foram registradas as menores notas do Ideb mantiveram altos índices de aprovação dos estudantes. O ponto negativo foram as notas dos alunos no Saeb. Esta realidade se repetiu em Itambaracá, Nova Santa Bárbara e Indianópolis, as piores colocadas no Ideb nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, respectivamente, além das outras que ocupam as piores posições.
Anos iniciais do Ensino Fundamental
Anos finais do Ensino Fundamental
Ensino Médio
Em entrevista à Gazeta do Povo logo após a divulgação dos números do Ideb, o secretário de estado da Educação, Roni Miranda, comemorou os resultados obtidos pelo estado e indicou pontos de atenção para a pasta. Segundo o secretário, o Paraná precisa avançar no aprendizado de Português e Matemática – disciplinas avaliadas pelo índice do Inep – tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio.
“A grande maioria das nossas professoras das séries iniciais, principalmente, vêm da área de Humanas, pela formação em Pedagogia. E percebemos também que há uma lacuna no aprendizado da Matemática no Ensino Médio. Por isso o estado está preparando um programa de apoio na formação desses professores, para reforçarmos o nosso pacto na educação tanto pela alfabetização quanto pelo aprendizado da Matemática”, explicou o secretário.
Tal ação, adiantou Miranda, deve ser iniciada após as eleições 2024. Segundo ele, a partir de novembro o governo do estado deve propor encontros com prefeitos eleitos e reeleitos para formatar orientações para a indicação dos responsáveis pelas secretarias municipais de Educação. “É importante que estes gestores indiquem pessoas que sejam técnicas, deixando as indicações políticas mais distantes da Educação”, ressaltou Miranda.
Ao reconhecer que o Paraná ficou abaixo das médias estabelecidas pela própria pasta para o Ideb no Ensino Médio – 4,7 pontos apurados somente nas escolas da rede estadual, contra 4,8 esperados – o secretário disse que sugeriu ao Inep mudanças na forma de divulgação de outra avaliação da educação, a do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
Segundo Miranda, a forma atual de divulgação do índice do Pisa não permite aos estados identificar pontos de avanços e melhorias. A avaliação é totalizada de forma a se obter uma nota para todo o país, com um detalhamento que chega só à região Sul, no caso do Paraná.
“Desde o ano passado estamos preparando nossos estudantes para o Pisa. Eu fiz esse pedido de forma particular ao Inep para que esses resultados sejam divulgados estado a estado, como já é o Ideb. Da forma como está agora nós perdemos essa nitidez, e o nosso próximo passo é comparar o Paraná com a América Latina”, confirmou.
Nas planilhas do Ideb, os municípios de Ângulo, Arapuã, Astorga, Colorado, Flórida, Iguaraçu, Jardim Olinda, Lobato, Munhoz de Melo, Nossa Senhora das Graças, Santa Fé e Santo Inácio aparecem sem nota. Questionado sobre a ausência destas cidades na avaliação, o secretário de Estado da Educação apresentou duas justificativas.
A primeira, disse Miranda, é uma adesão inferior a 80% por parte dos estudantes nas avaliações que baseiam o Ideb. Segundo ele, com uma amostragem pequena o resultado pode sair distorcido. Ele, porém, não soube apontar em quais destes municípios esta baixa adesão foi registrada.
A segunda explicação, no entanto, é bem mais inusitada. Segundo o secretário, um veículo que transportava as provas que seriam aplicadas em escolas da região de Maringá tombou nas imediações de Santa Fé, no ano passado. A carga foi perdida, o que impossibilitou os estudantes de serem avaliados no Ideb.
“Os municípios foram prejudicado e não vão ter os seus resultados divulgados. Não foi culpa do município ou da escola. Só que isso vai além da falta de nota. Sem o Ideb, a gente vai ter que fazer uma ginástica para encontrar uma solução ideal de forma a balizar o rateio da distribuição do ICMS para estas cidades. O Ideb é um dos componentes que formam esse percentual, e sem ele é preciso encontrar uma alternativa”, revelou Miranda.