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A supervisora da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) Marn’i Washington foi demitida após ser acusada de ordenar que trabalhadores evitassem prestar assistência a casas que exibissem cartazes de apoio a Donald Trump. A administradora da FEMA, Deanne Criswell, anunciou a demissão no sábado, classificando a atitude de Washington como “uma violação clara dos valores e princípios fundamentais” da agência, que se compromete a ajudar todas as pessoas independentemente de filiação política.
A orientação controversa e discriminatória, feita em Lake Placid, Flórida, ocorreu enquanto a equipe da FEMA atendia a região após a passagem do furacão Milton. Washington teria dito verbalmente e em um memorando de “melhores práticas” que os trabalhadores “não deveriam ir a casas com placas de apoio ao presidente eleito Trump”. A diretiva também incluía recomendações sobre hidratação e regras de conduta, segundo uma cópia obtida pelo Daily Wire. De acordo com a publicação, a ordem foi acatada, resultando na exclusão de cerca de 20 casas com placas de Trump dos atendimentos entre o fim de outubro e o início de novembro.
As alegações geraram indignação entre autoridades locais. “Em tempos de necessidade, somos todos americanos. Não há partidos quando estamos nos recuperando”, disse Dustin Woods, pastor e integrante do conselho local de planejamento de Lake Placid. Já o prefeito da cidade, John Holbrook, expressou desgosto ao saber do ocorrido: “Quando se trata de política e religião, todos deveriam manter isso separado de suas funções”, disse ele.
De acordo com o Daily Wire, mensagens internas da FEMA documentaram a decisão de Washington, incluindo uma entrada no sistema de rastreamento da agência que justificava a não visita a uma casa com a nota: “placa de Trump, não entrar por ordem da liderança”. Essas revelações geraram críticas de figuras republicanas, incluindo o governador da Flórida, Ron DeSantis, que classificou o caso como uma forma de “discriminação direcionada” contra apoiadores de Trump no estado. Em resposta, DeSantis determinou uma investigação pela Divisão de Gestão de Emergências da Flórida. O governador da Flórida ainda disse que a ação representava a “instrumentalização” do governo pela administração Biden-Harris.
Paralelamente, congressistas republicanos pediram uma apuração federal do caso. O deputado James Comer anunciou que chamará a administradora da FEMA para depor no Comitê de Supervisão da Câmara em 19 de novembro. O senador Josh Hawley, do Missouri, também cobrou uma investigação completa e punições caso necessário.
Washington, de 39 anos, havia trabalhado na FEMA desde 2019, conforme seu perfil agora removido do LinkedIn. Paralelamente, atuava como gerente regional da empresa de gestão de propriedades Avanath Capital Management LLC e era proprietária de uma empresa de logística. Segundo relatos, a ex-supervisora é conhecida por seu interesse pela história da escravidão nos Estados Unidos, chegando a publicar nas redes sociais conteúdos sobre o primeiro navio negreiro a cruzar o Atlântico e sobre as tentativas da Califórnia de impedir a presença de negros livres no século XIX. Sua irmã, April Brown, disse estar “chocada” com as acusações e afirmou: “Ela sempre quis ajudar as pessoas. Não consigo imaginar minha irmã fazendo algo assim.”
A situação emerge após um período crítico para a Flórida, que sofreu com dois furacões de grande escala em menos de um mês. O furacão Milton, em outubro, deixou milhões de casas e empresas sem eletricidade e causou aproximadamente US$ 50 bilhões em danos. Duas semanas antes, o furacão Helene atingiu o continente americano, matando mais de 200 pessoas e tornando-se o furacão mais mortal nos Estados Unidos desde Katrina. Diante da devastação, as equipes de assistência de desastres foram mobilizadas para fornecer auxílio imediato, aumentando a pressão sobre as operações da FEMA e o escrutínio sobre suas práticas.