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Troca desta quarta (11) foi primeira etapa de acordo de devolução de 12 mil cadáveres de soldados, 6 mil de cada lado, fechado entre os países em negociações diretas em Istambul no início do mês. Rússia lança um dos maiores ataques aéreos a Kiev em quase três anos de guerra
A Rússia entregou à Ucrânia nesta quarta-feira (11) 1.212 corpos de soldados ucranianos mortos durante combates na linha de frente. Foi a maior devolução de militares mortos desde o início da guerra entre os dois países, há mais de três anos.
A troca de corpos de soldados faz parte de um acordo fechado entre os países durante a segunda rodada das negociações diretas entre os dois países, realizadas no início do mês. Ao todo, 12 mil corpos serão trocados, seis mil de cada lado, segundo prevê o acordo.
“Os corpos de 1.212 defensores que morreram em combate foram devolvidos à Ucrânia”, afirmou em nota o órgão do governo encarregado.
A entrega dos corpos à Ucrânia foi confirmada pelo assessor do Kremlin, Vladimir Medinsky, que também chefia a delegação russa nas negociações diretas entre os dois países. Medinsky afirmou também que a Rússia recebeu da Ucrânia apenas 27 cadáveres de soldados russos.
Segundo Medinsky, Rússia e Ucrânia começarão a trocar prisioneiros de guerra gravemente feridos na quinta-feira (12).
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, criticou a diferença no número de vítimas devolvidas de cada lado. Já Kiev não informou por que o número de corpos de soldados russos devolvidos foi menor.
Moscou passou dias acusando Kiev de não querer receber de volta os corpos que, segundo o Kremlin, aguardavam em caminhões refrigerados perto da fronteira desde sábado (7).
Entre os corpos devolvidos estão os de soldados mortos em confrontos nas regiões de Kharkiv, Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson, segundo fontes do governo ucraniano disseram à agência de notícias Reuters. Os que perderam a vida na incursão da Ucrânia na região russa de Kursk também foram recuperados.
Fim da guerra
Putin e Zelensky
Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via Reuters; Reuters/Alina Smutko
A devolução de prisioneiros de guerra e corpos de soldados foi até agora a única medida concreta que resultou das negociações diretas entre Rússia e Ucrânia por um fim da guerra, as primeiras desde o início do conflito, há mais de três anos.
As duas rodadas de conversa já travadas ainda não conseguiram avançar para um cessar-fogo. A Rússia vem rejeitando o pedido da Ucrânia por uma trégua incondicional e definitiva e exige que a Ucrânia ceda seu território e desista de ingressar na Otan se quiser a paz.
Enquanto isso, as forças de Vladimir Putin também mantêm bombardeios a cidades ucranianas com mísseis e drones. Nesta madrugada, uma série de ataques deixou três mortos em Kharkiv, no nordeste.
A Ucrânia respondeu lançando drones contra a Rússia.