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2 dias agoon
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A moeda norte-americana recuou 0,50%, cotada a R$ 5,6664. Já a bolsa fechou em queda de 0,25%, aos 138.534 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar fechou em queda de 0,50% nesta quinta-feira (29), cotado a R$ 5,6664. Já o Ibovespa teve recuo de 0,25%, aos 138.534 pontos.
▶️ O mercado financeiro reagiu à decisão da Justiça dos Estados Unidos de bloquear (e depois desbloquear) as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente americano Donald Trump em abril.
Investidores costumam ver com bons olhos medidas que aliviam o tarifaço, por entenderem que elas reduzem o risco de inflação e de uma recessão global. Mas, no fim da tarde, o Tribunal de apelações dos EUA restabeleceu tarifaço de Trump.
▶️ No Brasil, as atenções continuam com o impasse do IOF. O Congresso já avalia 20 propostas para derrubar a medida. Nesta quarta-feira, o ministro Fernando Haddad alertou que, sem os R$ 20 bilhões previstos com a elevação do imposto, será necessário realizar novos cortes no Orçamento.
▶️ O mercado também repercute a taxa de desemprego brasileira, que ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril, abaixo das projeções dos analistas. O mercado de trabalho aquecido pode dificultar o controle da inflação e adiar eventuais cortes na taxa de juros pelo Banco Central.
▶️ No noticiário corporativo, as ações da fabricante de chips de inteligência artificial Nvidia subiram depois que a receita do 1º trimestre veio acima do esperado. Em contrapartida, destaque negativo para a Azul, que entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA e teve seus papéis excluídos dos principais índices da B3.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,36%;
Acumulado do mês: -0,19%;
Acumulado do ano: -8,31%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,51%;
Acumulado do mês: +2,57%;
Acumulado do ano: +15,17%.
Bloqueio do tarifaço de Trump
O Tribunal do Comércio Internacional havia bloqueado , na noite desta quarta-feira (28), a maioria das tarifas impostas por Donald Trump desde janeiro a mais de 180 países.
Na decisão, os magistrados afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
O bloqueio era visto de forma positiva pelos investidores, que entendem que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
Assim, com o alívio da guerra tarifária, Wall Street subiu e o dólar americano se fortaleceu.
“Esta decisão é um acontecimento importante e enfraquecerá o poder de barganha de Trump em suas negociações em andamento com os principais parceiros comerciais dos EUA”, disseram analistas do Banco Nacional do Kuwait em nota.
“Se a decisão for mantida, será um grande acontecimento positivo para os EUA e a economia global.”
Mas a decisão não foi mantida. A Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA restabeleceu o tarifaço. A nova decisão atendeu ao pedido da Casa Branca para suspender temporariamente a decisão de um tribunal inferior, que anulava a maioria das tarifas impostas pelo presidente.
O governo Trump havia informado ao tribunal que buscaria uma “medida de emergência” na Suprema Corte já na sexta-feira, caso a decisão sobre as tarifas não fosse rapidamente suspensa.
Tarifaço de Trump volta a valer após tribunal aceitar recurso
Recuo no IOF
O governo federal tem enfrentado forte pressão para revogar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio. (leia mais)
A medida foi anunciada na semana passada, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
Desde então, a oposição e alguns parlamentares da base têm se articulado para derrubar a medida com um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). Até agora, já foram apresentadas 22 propostas deste tipo: 20 na Câmara e 2 no Senado.
Nesta quinta, inclusive, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ao blog da Andréia Sadi que o ambiente no Congresso é favorável à derrubada do decreto. “Se pautar [a derrubada], sem dúvida”, afirmou.
Do outro lado, o ministro Fernando Haddad diz que a revogação não está em discussão no momento. Na noite de quarta-feira, ele se reuniu com Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para explicar as consequências fiscais da eventual queda do decreto.
Segundo ele, sem os R$ 20 bilhões esperados com a alta do IOF, o governo teria de promover novos cortes no Orçamento.
“Em nenhum momento se discutiu revogação da medida. O que está sendo discutido é como tratar o tema com responsabilidade, olhando para o equilíbrio fiscal e institucional do país”, disse o ministro.
Horas antes, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, havia admitido que a equipe econômica iria se “debruçar sobre alternativas” que possam substituir o aumento do imposto.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, chegou a afirmar que a avaliação do setor financeiro é que o equilíbrio das contas públicas “não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]”.
Mercado de trabalho
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,6% no trimestre terminado em abril. O índice é o menor para este período do ano desde o início da série histórica, em 2012.
Além disso, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde (39,6 milhões), segundo o IBGE, registrando crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% frente ao mesmo período de 2024.
Na quarta, o Ministério do Trabalho divulgou o Caged, que apontou a criação de 257,5 mil vagas formais em abril, um aumento de 7,3% em comparação ao mesmo mês de 2024 e o maior resultado para o período na série histórica do Novo Caged, que contabiliza os dados a partir de 2020.
Os dados surpreenderam o mercado financeiro, ao demonstrarem um mercado de trabalho aquecido apesar dos esforços do Banco Central para desacelerar a economia do país, aumentando os consecutivamente os juros, numa tentativa de controlar a inflação.
Outro destaque da agenda econômica desta semana é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, na sexta-feira (30).