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13 horas agoon
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A nova onda do “wellness” no mercado imobiliário residencial está gerando espaços de bem-estar cada vez mais sofisticados nos novos projetos, atendendo ao desejo das pessoas de melhorar a saúde sem sair de casa. São piscinas com correnteza, infravermelho ou super geladas; água sem cloro em torneiras e chuveiros; salas de “recovering” para atletas de alta performance; ambientes de cura energética com cristais e aromas; e academias profissionais com equipamentos orientados por inteligência artificial.
Esse é um fenômeno mundial que tem movimentado fortunas. Segundo o estudo “Build well to live well: the future”, publicado em junho pela organização norte-americana Global Wellness Institute (GWI), o segmento de “wellness real estate” movimentou US$ 548 bilhões em 2024 — um aumento de 19,5% a cada ano, desde o primeiro levantamento em 2019. O setor foi o que mais cresceu entre os 11 que formam a economia global de bem-estar.
A região da América Latina e Caribe registrou o crescimento mais acelerado: 24%. A estimativa de movimentação global é de US$ 1,1 trilhão em 2029. No Brasil, o fenômeno pode ser sentido pela demanda de trabalho na agenda da especialista em “wellness design” Tania Ginjas. No último ano, o número de projetos saltou de dez para 33 — a grande maioria, contratos com incorporadoras.
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“As empresas estão percebendo que essa é uma diferenciação efetiva para os empreendimentos por atender à mudança do cliente em busca de mais saúde”, afirma Tania, que foi a responsável técnica de spas em hotéis como Rosewood São Paulo, Fasano Boa Vista e Cipriani Punta del Este.
A novidade no conceito desses espaços, segundo a expert, é a maneira de usá-los. “No lugar de salinhas de massagem, agora há circuitos de atividades que a pessoa pode fazer sozinha, sem precisar de ajuda profissional. Ter essa opção no prédio representa um ganho de tempo enorme, pois dispensa o uso do carro para se chegar a uma academia, por exemplo”, afirma.
Além disso, a criação desses ambientes passou a estar mais embasada na Ciência. A incorporadora AG7, de Curitiba (PR), usa estudos médicos para definir quais e onde serão instalados os espaços “wellness”.
“A sala de meditação do prédio AGE360 foi deslocada do térreo para o meio da torre, no 21º andar, porque a vista permite relaxar a musculatura do cristalino dos olhos, essencial para descansar a mente”, explica Andressa Gulin, médica e sócia-diretora da incorporadora. Para Andressa, é preciso cuidar também da saúde social dos moradores.
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“A solidão é uma pandemia mundial e, por isso, é importante priorizar ambientes de socialização nos prédios para estimular a convivência e evitar doenças decorrentes do isolamento”, avalia. Os novos condomínios de luxo têm se esmerado para oferecer novidades no quesito bem-estar. No Allard Oscar Freire, lançado pela Gafisa nos Jardins, serão dois pavimentos destinados exclusivamente ao tema.
“Vamos ter um centro de longevidade de 1,8 mil metros quadrados, com ambientes como o Crystal Room para o equilíbrio energético, sauna de infravermelho, câmara hiperbárica, ‘sound healing’ e banhos de contraste”, explica Luis Fernando Ortiz, vice-presidente da Gafisa.
O edifício terá ainda uma academia profissional e duas piscinas. Outro diferencial será o sistema de tratamento da água dos pontos de consumo e áreas úmidas, com ultrafiltragem para remoção de partículas sólidas, desinfecção por luz ultravioleta e processo de mineralização.
“O cliente mudou de comportamento, tem cuidado mais da saúde e espera fazer isso em casa. É algo que ele está habituado a fazer em spas e hotéis cinco estrelas que frequenta no exterior e quer ter a mesma experiência no prédio onde mora”, afirma Sheyla Castro Resende, presidente da Gafisa.
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Quem também aposta forte na tendência é a incorporadora Lindenberg. Empreendimentos como o Groenlândia 77, o Alto de Pinheiros, o Moema e o Alto das Nações contam com piscinas, sala de pilates e “fitness center”. Em todos, o bem-estar é ampliado.
“A abordagem de ‘wellness design’ traduz a essência da companhia: criar espaços de cuidados para as pessoas. Cada detalhe do projeto foi pensado para oferecer uma experiência completa, em que arquitetura, luz, localização e conforto se unem aos ‘amenities’ para tornar a casa um refúgio cotidiano”, define o CEO, Adolpho Lindenberg Filho.
A região da Avenida Paulista também ganhou um empreendimento que prima pela oferta de serviços de bem-estar. A incorporadora Global Realty Brasil (GRB) lançou ali o AEterna — com unidades que vão dos estúdios de 33 metros quadrados a “penthouses” de quase 200 metros quadrados. As opções de “wellness” incluem: saunas, piscina aquecida e de gelo, academia multifuncional e um bar no “rooftop”.
“Criamos o conceito ‘global wellness’, que se apoia em seis pilares: localização, arquitetura, saúde, social, sustentabilidade e tecnologia. O objetivo é proporcionar bem-estar acessível a todos os oradores”, informa Guilherme Estefam, diretor de Incorporação da GRB.