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1 semana agoon
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JD Vance usou termo em entrevista à Fox News para criticar o que chamou de dependência excessiva dos EUA do mercado chinês. A troca de farpas aumenta tensões entre os dois países, já em conflito diplomático por ‘tarifaço’ de Trump. China promete lutar até o fim contra tarifas de Trump
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, se referiu nesta terça-feira (8) ao governo chinês como “camponeses” durante uma entrevista. O termo irritou Pequim, que reagiu e chamou a fala de “ignorante e desrespeitosa”.
A troca de farpas aumentou as tensões entre Estados Unidos e China, que já protagonizam nesta semana tensões por conta do aumento mútuo de tarifas sob produtos de ambos os países.
Mais cedo, em entrevista à rede de TV norte-americana Fox News, Vance se referiu aos chineses como “camponeses” ao criticar o que chamou de dependência excessiva dos EUA do mercado chinês.
“Nós pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam”, declarou Vance.
Em reação, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, chamou a atitude de Vance de “surpreendente e triste”.
“A posição da China sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos foi deixada muito clara. É surpreendente e triste ouvir comentários tão ignorantes e desrespeitosos deste vice-presidente”, disse , durante o briefing diário de notícias.
O vice-presidente norte-americano JD Vance durante reunião em Paris
REUTERS/Leah Millis
A troca de “farpas” acontece em meio à uma das maiores crises diplomáticas entre EUA e China dos últimos anos. Nesta terça, a Casa Branca anunciou que começará a aplicar tarifas de 104% sobre produtos chineses a partir da meia-noite de quarta-feira (9).
A taxa é ainda mais alta que a originalmente anunciada por Trump em seu pacote de “tarifaço” a vários países, na semana passada. Na ocasião, os produtos chineses foram taxados em 34% a mais que as tarifas originais.
Pequim reagiu e anunciou retaliação também com aumento de tarifas para produtos norte-americanos. A reação irritou Trump, que exigiu que o governo chinês voltasse atrás sob a ameça de aumentar ainda mais a taxa aplicada a produtos chineses.
Os EUA chegaram a dar um prazo para o recuo, e Trump postou em sua rede social que estava esperando uma ligação da China para discutir as tarifas, mas isso não ocorreu.
Durante a madrugada, a China disse que não vai voltar atrás e que está pronta para seguir respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.