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6 horas agoon
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Doença infecciosa afeta as vias respiratórias e causa crises de tosse seca e falta de ar. A doença atinge principalmente bebês e crianças. Prefeitura de SP monta postos de vacinação; casos de coqueluche batem recorde em 2024 no país
A Prefeitura de São Paulo montou postos de vacinação para aumentar a cobertura vacinal contra coqueluche e outras doenças.
A coqueluche é preocupante, principalmente, para bebês com menos de um ano de idade.
Os casos da doença bateram recorde em 2024 no país: foram mais de 6 mil, um recorde em nove anos. Em 2023, tinham sido 214 registros.
Ao lado do Paraná e do Rio de Janeiro, São Paulo está entre os estados com o maior número. E o motivo do aumento é justamente porque tem menos gente se vacinando.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a maioria dos casos é em crianças com menos de um ano de idade. E o que preocupa é que, justamente nas crianças, a doença tem maior potencial de agravamento. Por isso, a vacinação é fundamental para essa proteção e também para diminuir as chances de sintomas mais graves caso tenha coqueluche.
Sintomas
A coqueluche é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causa crises de tosse seca e falta de ar. A doença atinge principalmente bebês e crianças.
É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar.
Segundo o Ministério da Saúde, em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes, mas isso é pouco frequente.
Segundo o ministério, os sintomas podem se manifestar em três níveis:
No primeiro, podem ser parecidos com os de um resfriado, com mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Eles podem durar por semanas.
No segundo estágio, a tosse piora.
Já no terceiro nível, a tosse é tão intensa que pode comprometer a respiração, além de causar vômitos e cansaço extremo.
Geralmente, os sintomas duram entre seis e 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.
A maioria das pessoas consegue se recuperar da doença sem maiores complicações ou sequelas. Contudo, nas formas mais graves, podem ocorrer quadros mais severos, com complicações como infecções de ouvido, pneumonia, parada respiratória, desidratação, convulsão, lesão cerebral e morte.
Vacina
A melhor forma de prevenção é a vacinação, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais da saúde.
A vacina pentavalente é indicada no primeiro ano de vida do bebê, em um esquema de três doses (aos dois, quatro e seis meses de idade) em um intervalo recomendado de 60 dias entre as doses.
Em seguida, é preciso administrar doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos.
A penta previne contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza B.
Os postos volantes de vacinação montados na capital paulista vão funcionar por dois meses em parques, supermercados e terminais rodoviários.
O diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde diz que, apesar de as vacinas estarem disponíveis no SUS, a cobertura está abaixo de 90%. A meta é 95%.
Os casos graves de coqueluche estão todos acontecendo nos bebês. Inclusive, os óbitos registrados até o momento aconteceram em bebês. Esses bebês têm uma característica em comum: todos são filhos de mães não vacinadas.
Segundo o diretor, a vacina contra coqueluxe para gestante tem com objetivo garantir a transferência de anticorpos da mãe para o bebê durante a gestação para que o bebê fique protegido nos primeiros meses de vida.
Para o pediatra infectologista Marcelo Otsuka, médico da Sociedade Brasileira de Infectologia, o público-alvo deveria ser ampliado para incluir os adolescentes.
“A vacinação em adolescentes não faz parte do Ministério da Saúde. Apesar de não ter quadros graves, é quem transmite com maior frequência também”, pondera.
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