Published
5 horas agoon
By
Cenário supera as expectativas, já que analistas esperavam que a economia do primeiro trimestre crescesse 5,1% em relação ao ano anterior. Vendas do varejo na China
Kim Kyung-Hoon/Reuters
A economia da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira (16), superando as estimativas.
No entanto, a guerra comercial com os Estados Unidos lançou uma sombra sobre as perspectivas e aumentou a pressão sobre Pequim para implementar mais estímulos.
Analistas consultados pela Reuters esperavam que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre crescesse 5,1% em relação ao ano anterior, uma desaceleração em relação aos 5,4% dos três meses anteriores.
O presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre produtos chineses, levando Pequim a impor tarifas retaliatórias sobre importações dos EUA, em uma guerra comercial intensificada entre as duas maiores economias do mundo — o que tem gerado temores de uma recessão global.
“A economia chinesa ganhou algum impulso em março devido ao apoio fiscal, o que ajudou os números do PIB a superarem as expectativas. Mas isso não foi suficiente para gerar um crescimento mais rápido no trimestre como um todo. Com as exportações prestes a enfraquecer, o crescimento ainda deve desacelerar este ano”, disse Zichun Huang, economista do Capital Ecoomics.
LEIA MAIS
China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço dos EUA
Principais setores
Produção industrial em março: +7,7% a/a (previsão: +5,8%)
Vendas no varejo em março: +5,9% a/a (previsão: +4,2%)
Investimento em ativos fixos em março: +4,2% a/a (previsão: +4,1%)
Investimento no setor imobiliário (jan-mar): -9,9% a/a
Reação do mercado
Os investidores mostraram pouca reação aos dados do PIB da China, com os índices permanecendo próximos dos níveis anteriores ao anúncio. O índice CSI300 (blue-chip) caiu 0,8%, enquanto o Índice Composto de Xangai recuou 0,6%.
Guerra tarifária
China proíbe entrega de jatos da Boing em reação ao tarifaço de Trump
A guerra tarifária se intensificou no dia 2 de abril, quando Trump detalhou as chamadas tarifas recíprocas, de 10% a 50%, sobre mais de 180 países. A partir de então, o principal foco ficou na guerra comercial entre EUA e China.
Como resposta ao “tarifaço”, os chineses retaliaram os norte-americanos com taxas extras de 34% (da mesma magnitude) sobre os produtos importados do país. A partir de então, houve uma escalada nas alíquotas.
A falta de um acordo fez os EUA chegaram a uma taxa de 145% sobre produtos importados da China. Os asiáticos responderam com taxas de 125% sobre itens americanos, além de outras medidas, como a ordem para que companhias aéreas não recebam mais jatos da empresa americana Boeing.
Na última sexta-feira (11), governo Trump também isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos do leque das tarifas recíprocas, conforme divulgação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países.
No último domingo, Trump disse que a cadeia de eletrônicos não está sendo liberada de seu tarifaço, e destacou que o governo está analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas.