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O principal candidato da oposição da Venezuela na última eleição presidencial, Edmundo González, publicou nesta quinta-feira (7) no X uma cópia de uma carta que a Procuradoria-Geral venezuelana enviou à Interpol para que o nome dele seja incluído na lista vermelha de captura do órgão internacional.
O documento, datado de 24 de outubro, menciona que González é acusado dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, conspiração, desconsideração das instituições do Estado, cumplicidade em atos violentos contra a paz pública, divulgação de informações falsas sobre resultados eleitorais para causar inquietação na população, sabotagem ou danos a sistemas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, havia anunciado em agosto a abertura de investigações contra González e outros nomes da oposição por essas acusações.
O chavismo responsabiliza os oposicionistas pelas 27 mortes durante protestos contra a fraude eleitoral de 28 de julho, que manteve o ditador Nicolás Maduro no poder, embora a imprensa independente e ONGs sustentem que tais óbitos foram resultado da repressão da ditadura venezuelana.
Saab também apontou crimes na divulgação, em um site oposicionista, de 83,5% das atas de votação da disputa presidencial, que comprovam que González venceu.
“É evidente que este novo e sistemático ataque se deve ao nosso trabalho no exterior. Estamos levando a mensagem sobre o triunfo indiscutível do desejo de mudança dos venezuelanos, as violações de direitos e as próximas ações, a todas as instâncias decisórias do mundo”, escreveu González no X.
“A vontade do povo venezuelano não só é reconhecida por todos, mas também será respeitada. Estamos trabalhando para que isso aconteça”, acrescentou o oposicionista.
González está na Espanha desde setembro, onde buscou asilo político depois da Justiça venezuelana, aparelhada por Maduro, ter ordenado sua prisão. Apesar disso, ele tem afirmado que voltará à Venezuela para a posse presidencial, em 10 de janeiro.