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3 dias agoon
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Horas depois de ter sido denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com aliados em encontro promovido pelo líder da oposição na Câmara, o deputado Coronel Zucco (PL-RS). Na pauta, a contagem de votos em favor do PL da Anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de janeiro, numa articulação liderada pelo próprio Bolsonaro, que já conversou com senadores sobre o assunto numa outra reunião, ainda na terça-feira (18).
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), diz que a estratégia é a seguinte: se tiver voto suficiente, pressão para votar em plenário com urgência. Caso contrário, flexibilização da proposta; saem do texto crimes como dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, que tem penas menores, e fica a anistia para associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe.
O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), tem certeza da maioria. “Se tiver maioria, nós temos o direito de colocar em pauta”, disse.
Mas essa articulação em favor do PL da Anistia não encontra unanimidade na Câmara. Aliás, a avaliação de deputados da base aliada é a de que a denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas vai enfraquecer a proposta. Essa é a opinião do deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
“Dificultou muito aquela ideia de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro, porque está evidente que existia um mapa do golpe, um roteiro do golpe. Esse roteiro era dirigido por Bolsonaro e sua corja encastelada no Palácio do Planalto. Evidentemente que ele vai ter direito de defesa, mas a situação ficou difícil para ele”.
O deputado Rogério Correa, do PT de Minas Gerais, comentou. “Não vai ter anistia”.
Após a reunião desta quarta-feira (19) com os deputados, o ex-presidente saiu sem dar declarações.