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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (19) que seu principal adversário na eleição presidencial de 28 de julho, Edmundo González, está foragido da Justiça desde 3 de agosto.
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, Maduro participou de uma reunião com líderes nacionais e regionais do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) para fazer um balanço das “tentativas de golpe” contra a ditadura chavista – como chama os protestos que contestam a fraude eleitoral que lhe deu mais um mandato.
“O poder de convocação foi um fracasso, [a líder oposicionista, María Corina Machado] não mobilizou mais de 3,5 mil pessoas no dia 3 de agosto porque o povo não a ama, não quer seu ódio, seus próprios eleitores a deixaram sozinha e Edmundo González está escondido, foragido da Justiça desde aquele dia”, disse o ditador.
Ele também afirmou que o candidato oposicionista estaria se preparando para fugir da Venezuela.
Maduro alegou que os protestos convocados pela oposição em vários países no último fim de semana foram um fracasso. “No sábado [17], derrotamos María Violência [Machado] e o covarde e ausente Edmundo González, conseguimos superar as dificuldades”, disse o ditador.
Embora Maduro já tenha ameaçado Machado e González de prisão anteriormente, a declaração desta segunda-feira chama a atenção porque não se sabia que havia um mandado de prisão contra o candidato oposicionista – o ditador chavista também não afirmou por qual motivo seria.
Em 5 de agosto, o procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação criminal contra os dois pela divulgação de uma carta que, segundo o Ministério Público, anuncia “falsamente um vencedor [González] das eleições presidenciais diferente do proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral, único órgão habilitado para tal”, e “faz um incitamento aberto aos funcionários policiais e militares para desobedecerem às leis”.
Dois dias depois, Saab anunciou outra investigação contra os oposicionistas, desta vez por um site em que foram disponibilizadas cópias das atas de votação da eleição presidencial que comprovam a vitória de González.
O procurador chavista alegou indícios de que os documentos seriam “forjados”. Entretanto, por ora, ele não divulgou publicamente um pedido de prisão contra Machado e González.