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3 dias agoon
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O general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro na eleição de 2022, planejou criar o caos no país. É o que afirmou o tenente-coronel Mauro Cid em delação premiada. Cid conta que, em novembro de 2022, foi procurado por dois coronéis, coronel Oliveira e coronel Ferreira Lima, que diziam que era preciso criar desordem para decretação do estado de defesa ou sítio.
Cid então se reuniu com o general Braga Netto e os dois militares, que planejavam manifestações em massa para permitir a ação de Bolsonaro na efetivação do golpe de Estado.
Dias depois, os dois coronéis cobraram de Cid recursos financeiros para provocar atos de perturbação. Nesse momento, o ex-ajudante de ordens teve contato com o Plano “Copa 2022” , que levaria ao assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Após o Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro é filiado e presidente de honra, negar repasse de dinheiro para o ato golpista, Braga Netto providenciou recursos para a operação. Foram cerca de R$ 100 mil entregues em espécie para os dois coronéis dentro de uma sacola. O recurso teria vindo do agronegócio.
Cid ainda reforçou que a espionagem realizada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi arquitetada por Jair Bolsonaro.
Segundo o tenente-coronel, um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tinha ligação com o grupo de militares do ex-presidente, poderia ter ajudado no monitoramento de Moraes.
Mauro Cid afirmou ainda que foi por ordem de Bolsonaro que os comandos das três Forças Armadas autorizaram as manifestações em frente aos quartéis.
A defesa de Braga Netto chamou as acusações de fantasiosas e cobrou acesso aos autos do processo. A reportagem não conseguiu contato com os militares citados.