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1 dia agoon
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Documento apreendido com integrantes do Comando de Caça a Comunistas, Criminosos e Corruptos citava até lançador de granada. Grupo mantinha tabela com ‘preço’ de cada assassinato
Formado por militares da ativa e da reserva, o grupo de extermínio que se autointitulava Comando de Caça aos Comunistas, Criminosos e Corruptos (C4) alvo de operação da Polícia Federal na quarta-feira (28) tinha uma capacidade de matar que surpreendeu pessoas a par da investigação.
Cinco pessoas foram presas na operação (veja mais abaixo). Entre os presos na operação desta quarta estão dois militares: um coronel e um ex-sargento. Um deles seria o suposto financiador do assassinato do advogado em Cuiabá, enquanto o outro não teve atuação detalhada pela PF.
Um documento apreendido com o grupo dá ideia do tamanho da capacidade bélica dele. Estão listados:
5 fuzis de sniper com silenciador;
15 pistolas com silenciadores;
Quantidade não determinada de munição;
Um lança rojão tipo AT-4 (lança granada capaz de destruir carros blindados);
Quantidade não determinada de minas magnéticas (um tipo de mina submarina) e explosivos para detonação à distância.
Armas apreendidas em MG com alvos da operação Sisamnes
PF/Reprodução
Investigadores ligados ao caso avaliam ao blog que o arsenal indica que o grupo tem capacidade imensurável de matar.
A TV Globo apurou que foram presos nesta quarta:
Aníbal Manoel Laurindo (produtor rural, suposto mandante da morte do advogado);
Coronel Luiz Cacadini (suposto financiador);
Antônio Gomes da Silva (suposto atirador);
Hedilerson Barbosa (suposto intermediador, auxiliar do atirador e dono da pistola 9mm usada no assassinato)
Gilberto Louzada da Silva (sem função detalhada).
O documento da investigação cita, ainda, que o grupo possuía cinco veículos que permitiam a ação de sniper móveis, e outros cinco carros pequenos e médios. Todos usavam placas frias — para dificultar a localização.
Havia, ainda, telefones via satélite para a comunicação entre os envolvidos, o uso de rastreadores veiculares para perseguição de seus alvos e dois drones.
As equipes usavam casas ou apartamentos temporários para praticarem as ações, disfarces (como perucas e bigodes), e usavam garotas e garotos de programa como iscas das vítimas.
Morte de advogado iniciou investigação
A investigação, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve como ponto de partida o assassinato de um advogado em Mato Grosso.
Ao investigar o assassinato, a polícia civil se deparou com um mega esquema de venda de sentenças em diversos tribunais do país, inclusive no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por isso, o caso passou às mãos do Supremo.
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