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15 horas agoon
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A moeda americana fechou em queda de 0,57%, a R$ 5,5381, renovando o menor patamar desde outubro. A bolsa de valores encerrou em alta de 0,51%, aos 137.128 pontos. Notas de dólar
Tatan Syuflana/ AP
O dólar fechou a sessão desta quarta-feira (11) em queda de 0,57%, cotado a R$ 5,5381, renovando o menor patamar desde outubro de 2024. Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,51%, aos 137.128 pontos.
▶️O principal destaque da sessão ficou com o novo acordo comercial firmado entre Estados Unidos e China. Nesta quarta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que enquanto o país asiático terá uma alíquota de 55%, os EUA terão uma taxa de 10%. O acordo, no entanto, ainda precisa ser aprovado por Trump e pelo presidente chinês, Xi Jinping. (Entenda mais abaixo)
▶️ Ainda no exterior, a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), a inflação oficial dos EUA, também fica no radar. O indicador subiu 0,1% em maio, desacelerando em relação ao avanço de 0,2% registrado em abril. O resultado veio um pouco melhor do que o mercado projetava.
▶️ Já no Brasil, investidores continuaram atentos ao novo pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a provável revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que mexeu com os mercados financeiros nas últimas semanas.
Após se reunir com o presidente Lula, Haddad confirmou nesta terça que o governo vai enviar ao Congresso as medidas apresentadas nos últimos dias. Entre as novidades do pacote está a proposta para unificar em 17,5% a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre aplicações financeiras — hoje, essas cobranças vão de 22,5% a 15%.
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,57%;
Acumulado do mês: -3,15%;
Acumulado do ano: -10,38%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +0,75%
Acumulado do mês: +0,07%;
Acumulado do ano: +14%.
Inflação nos EUA
A inflação oficial dos Estados Unidos subiu 0,1% em maio, desacelerando em relação ao avanço de 0,2% registrado em abril. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS).
No acumulado de 12 meses até maio, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta de 2,4%, ligeiramente acima dos 2,3% registrados até abril. Os números vieram um pouco melhores do que o esperado pelo mercado, que previa alta mensal de 0,2% e avanço anual de 2,5%.
O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, acompanha diversos indicadores de inflação para alcançar sua meta de 2%. A expectativa do mercado é que a instituição mantenha os juros inalterados na próxima reunião, marcada para a próxima quarta-feira (18), enquanto avalia os efeitos econômicos das tarifas comerciais.
Segundo analistas, o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ainda tem sido limitado, já que muitos varejistas continuam vendendo estoques comprados antes da nova taxação entrar em vigor.
EUA x China
Representantes dos Estados Unidos e da China anunciaram na noite desta terça-feira (10) que chegaram a um princípio de acordo para restaurar a trégua na guerra comercial entre os países. As declarações vieram após dois dias de negociações em Londres, na Inglaterra.
Segundo o vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, e o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o consenso ainda será apresentado aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping, que deverão decidir ou não pela aprovação dos termos.
Washington e Pequim ainda tentam se entender após a trégua temporária sobre tarifas, firmada em 12 de maio, em Genebra, na Suíça, que reduziu as tensões comerciais.
Depois do acordo, os EUA passaram a acusar a China de não cumprir seus compromissos, especialmente no que diz respeito à exportação de terras raras.
A situação é acompanhada de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
EUA e China avançam em acordo sobre tarifaço
Impasse do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Lula nesta terça-feira e confirmou que vai enviar ao Congresso as medidas apresentadas nos últimos dias para tentar compensar a revogação do aumento do IOF.
No domingo (8), ele antecipou algumas das ações que pretende tomar para aumentar a arrecadação dos cofres públicos. Entre elas, estão:
o fim da isenção do Imposto de Renda para títulos de investimento como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que vão passar a ter alíquota de 5%;
o aumento de 9% para 15% e 20% da tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, o que inclui fintechs;
a alta da taxação das apostas esportivas de 12% para 18%;
a cobrança unificada de IR sobre aplicações financeiras, de 17,5% — atualmente, a taxa varia de 15% a 22,5%, a depender do prazo.
O governo também afirmou que pretende reduzir o gasto tributário em pelo menos 10% e discutir a redução de gastos primários.
Apesar disso, a proposta ainda foi mal recebida pelo mercado. Os analistas avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo seria equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara e do Senado para negociar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Equipe econômica apresenta medidas pra compensar aumento do IOF
*Com informações da agência de notícias Reuters.