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A um ano das eleições, o MDB promove na próxima semana um encontro nacional em Brasília para atualizar as diretrizes econômicas e sociais do partido, dividido em relação a qual candidato a Presidente da República irá apoiar nas urnas. E chega em 2026 pressionado internamente a assumir uma posição — ainda que seja de neutralidade e libere os Estados na disputa eleitoral.
Intitulado “O Brasil Precisa Pensar o Brasil”, o programa eleitoral da legenda defende ajuste fiscal para as contas públicas, uma reforma administrativa e ajustes nos programas sociais para dar “autonomia” a pessoas que dependem de benefícios como o Bolsa Família, por exemplo.
O documento foi elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido e presidida pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS), e será entregue na quarta-feira (22), em evento de dois dias com a presença de sua cúpula: o ex-presidentes Michel Temer e José Sarney, além de governadores, senadores e deputados federais da legenda.
“O MDB tem hoje uma posição de centro-direita na economia e de centro-esquerda na área social”, disse ao Valor o presidente nacional do partido, Baleia Rossi.
Ele ainda reitera que o partido não terá um nome para concorrer à Presidência no ano que vem e que o foco atual é na formação dos palanques estaduais. A meta é eleger cerca de cinco governadores, 10 senadores e 50 deputados federais.
Levantamentos preliminares do partido mostram que até o momento 16 diretórios regionais caminham para apoiar um candidato que não seja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto os outros 11 tendem a apoiar a reeleição de Lula.
Enquanto uma ala do partido é entusiasta de uma eventual chapa presidencial encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outra defende que o partido apoie Lula.
O MDB tem três ministros no governo — Simone Tebet (Planejamento), Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades) — e uma bancada no Senado com nomes tradicionais que integram a base governista: Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA) e Eduardo Braga (AM).
“O que pode criar alguma divergência dentro do partido será tratado em 2026 na nossa convenção nacional”, reitera Baleia.
O presidente do partido diz ainda que o documento a ser entregue pelo partido trata-se de um “programa de governo” que dará um norte para o que pensa o MDB.
“A austeridade fiscal e o compromisso com o equilíbrio financeiro devem servir como fundamentos para evitar a dispersão de recursos em projetos de baixo impacto, priorizando iniciativas estruturantes”, diz um trecho do programa.
No campo econômico, o programa partidário ainda defende uma “gestão macroeconômica responsável, alicerçada em princípios reconhecidos pelo mercado e pela comunidade econômica nacional e internacional”. E reequilíbrio orçamentário, com recuperação financeira de Estados e municípios.
“O ajuste fiscal não pode ser por aumento de impostos, mas por aumento da base tributária”, afirma o ex-deputado Aldo Rebelo, que coordenou o estudo. Segundo ele, foram consultados economistas de viés liberal como Paulo Rabelo de Castro e Samuel Pessoa.
Partido promove na próxima semana um encontro nacional em Brasília para atualizar diretrizes econômicas e sociais