Published
3 dias agoon
By
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, foram apontados como os líderes da organização criminosa acusada da tentativa de golpe, numa trama conspiratória contra as instituições democráticas. É o que afirma a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O PGR, inclusive, sustenta que Bolsonaro e Braga Netto sabiam e concordaram com o plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em 2022.
A denúncia foi embasada em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens. De acordo com as investigações, o plano de golpe teve início em 2021, com os ataques sistemáticos às urnas eletrônicas.
Inclusive, em 2022, Bolsonaro reuniu embaixadores e representantes diplomáticos para acusar fraudes no sistema eleitoral.
A denúncia aponta que durante o segundo turno das eleições foram mobilizados órgãos de segurança para tentar impedir eleitores de votar em Lula, que era candidato de oposição.
A organização criminosa chegou a pressionar o Comandante do Exército e o Alto Comando para impedir que o presidente eleito, Lula, assumisse o cargo.
De acordo com a PGR, os acusados continuaram o discurso de fraude e mantiveram a militância com os acampamentos montados em frente a diversos quarteis do Exército em vários estados.
Em oito de janeiro de 2023 pessoas envolvidas no esquema atuaram na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para facilitar os atos de violência e depredação contra prédios públicos dos três poderes em Brasília.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou estarrecimento e indignação após a denúncia.
O advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que não foi encontrado nenhum elemento ou mensagem que conecte o ex-presidente à narrativa construída na denúncia.
A defesa de Braga Netto chamou a denúncia de fantasiosa e cobrou acesso aos autos.
Já os advogados do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, ainda vão analisar o documento. A reportagem aguarda os posicionamentos dos outros denunciados.
E o Ministério da Defesa informou em nota que considera importante a denúncia para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas. Na avaliação do ministro José Múcio Monteiro, é mais um passo para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas.