Israel diz apoiar proposta de cessar-fogo; EUA cobram Hamas

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (19) que apoia uma proposta de cessar-fogo, apresentada pelos Estados Unidos, na guerra que os israelenses travam contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza desde outubro do ano passado.

O anúncio foi feito numa nota do gabinete de Netanyahu, depois que o premiê se encontrou com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Jerusalém.

“O primeiro-ministro reiterou o compromisso de Israel com a atual proposta americana sobre a libertação de nossos reféns, que leva em consideração as necessidades de segurança de Israel, nas quais ele insiste fortemente”, apontou o comunicado.

De acordo com informações da Associated Press, Blinken confirmou a informação em conversa com jornalistas em Jerusalém e cobrou que o Hamas também apoie a proposta.

“Em uma reunião muito construtiva com o primeiro-ministro Netanyahu hoje, ele me confirmou que Israel apoia a proposta de ponte”, disse Blinken, em referência a um acordo para preencher as lacunas entre as exigências das duas partes. “O próximo passo importante é o Hamas dizer sim.”

O grupo terrorista, entretanto, já havia falado na noite de domingo (18) que rejeitava a proposta, sob o argumento de que Netanyahu “estabeleceu novas condições e demandas” para sabotar o cessar-fogo.

Não foi esclarecido se a proposta apoiada por Israel resolve dois pontos que o governo Netanyahu vinha exigindo: um mecanismo de controle israelense no corredor Netzarim (que divide o norte e o sul de Gaza desde o início da guerra), para garantir que os combatentes do grupo terrorista não se reagrupem no norte, e a presença do Exército israelense no corredor Filadélfia, entre Gaza e o Egito, para impedir o contrabando de armas.

O Hamas se opõe a esses controles por parte de Israel e exige uma saída completa das forças israelenses do enclave palestino.

Segundo o jornal Times of Israel, o governo israelense relatou que vai enviar negociadores para uma nova rodada de conversas com os mediadores (Estados Unidos, Egito e Catar) nesta semana.