Imigrante venezuelano preso nos EUA é libertado para poder doar rim para irmão doente

José Gregorio González viajou para os EUA para cuidar do irmão e foi detido pelo Serviço de Imigração. Venezuelano pode voltar a ser preso e deportado daqui um ano. Irmãos venezuelanos José Pacheco e José González
ABC/WLS via REUTERS
Um imigrante venezuelano que foi detido pelo nos Estados Unidos pelo Serviço de Imigração e Controle Alfandegário (ICE, na sigla em inglês) teve a liberdade concedida para doar um rim para o irmão dele, que está doente. José Gregorio González deixou a cadeia nesta sexta-feira (4).
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González foi detido em Chicago, no dia 3 de março. Ele viajou aos Estados Unidos há um ano para cuidar do irmão doente, José Pacheco, que trata uma insuficiência renal.
“Foi um momento muito bonito porque fomos criados muito, muito próximos”, disse Pacheco. “Eles me separaram dele por um mês e um dia sem saber o que iria acontecer com ele.”
Segundo a imprensa americana, González entrou nos Estados Unidos com um pedido de asilo, mas não passou na entrevista inicial. À época, as autoridades autorizaram a entrada dele sob supervisão. Com isso, ele precisou usar uma espécie de tornozeleira eletrônica.
Mesmo assim, diante das novas políticas imigratórias adotadas pelo governo de Donald Trump, o venezuelano acabou sendo preso por agentes do ICE na frente da casa do irmão.
Para ser solto, González recebeu o apoio da organização sem fins lucrativos Resurrection Project. A ONG afirmou que González não tem antecedentes criminais e cumpriu todas as exigências das autoridades americanas.
O advogado de Pacheco, Peter Meinecke, disse que González será liberado por um ano sob uma ordem de supervisão.
“Após um ano, o ICE pode detê-lo novamente e pode, eventualmente, buscar sua deportação para a Venezuela”, disse Meinecke. “A maioria das pessoas que trabalha com imigração dirá que desfechos como esse não são comuns.”
O deputado democrata Chuy Garcia, de Illinois, disse que o caso é um lembrete da “urgência da justiça para imigrantes” e celebrou o fato de que a doação do órgão poderá ocorrer.
Questionado sobre como se sentiu ao ver o irmão, González respondeu: “Foi inesquecível. Eu não achava que estaria aqui.”
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