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O presidente da Argentina, Javier Milei, usou seu discurso neste sábado (22), durante a Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, para endossar a tese de uma possível interferência da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USaid) nas eleições brasileiras de 2022.
Milei utilizou o pronunciamento para criticar a agenda esquerdista nas Américas e endossou a tese, mesmo que sem provas, de que as eleições presidenciais de 2022 sofreram interferência de ONGs subsidiadas pelos Estados Unidos. “As múltiplas ONGs, que vivem dos nossos impostos, dos subsídios à cultura para produzir propaganda e aqui nos Estados Unidos, o escândalo da Usaid, que destinava milhões de dólares dos pagadores de impostos para financiar revistas e canais de televisão, fraudes eleitorais como no Brasil ou governos com aspirações discriminatórias como o da África do Sul”.
A conjectura de uma possível interferência externa no pleito brasileiro há três anos ganhou repercussão após uma entrevista concedida por Mike Benz, ex-chefe do setor de informática do Departamento de Estado dos Estados Unidos durante o primeiro governo Trump. Segundo ele, a USaid teria reforçado o financiamento estrangeiro a “grandes instituições brasileiras” a partir de 2018 para minar o governo Bolsonaro, considerado pela agência como “antidemocrático”.
No início deste mês, a fala de Benz surtiu efeito em Brasília. Os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) iniciaram uma movimentação política, com a coleta de assinaturas, para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.
“Precisamos das assinaturas completas para convocar essas ONG’s, figuras políticas e autoridades do Estado para prestarem esclarecimentos de como foi feita essa interferência do debate político, da censura, de derrubada de canais e perfis durante as eleições, inclusive dentro da própria imprensa”, afirmou Gayer, no dia 5 de fevereiro.