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15 horas agoon
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O governo da Argentina acusou nesta terça-feira (17) o Executivo venezuelano liderado pelo ditador Nicolás Maduro de fazer estrangeiros reféns para “garantir sua impunidade” no período que antecede a posse presidencial de 10 de janeiro, e prometeu trazer de volta “como for” o militar argentino detido, considerado um “prisioneiro de guerra”.
“Acreditamos que eles estão acumulando prisioneiros para se protegerem de terem roubado um governo. Eles estão capturando pessoas, turistas, pessoas normais, e mantendo-as como reféns do regime para ‘garantir’ a impunidade”, disse a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, à rádio Mitre.
Bullrich explicou que o regime de Maduro está mantendo dez americanos, dois espanhóis, um uruguaio, dois brasileiros e colombianos como prisioneiros, além do militar argentino Nahuel Gallo, desde 8 de dezembro.
“Há uma mudança geoestratégica na Venezuela; todos esses países terão que fazer algo juntos”, declarou Bullrich, pedindo que outros países se unam para tomar “decisões claras e concretas”.
“Não podemos nos permitir ter prisioneiros de guerra”, disse Bullrich, ressaltando que o militar argentino é “prisioneiro de uma ditadura que está em guerra com todos os países democráticos do mundo. Eles estão muito nervosos com o que vai acontecer em 10 de janeiro. Estão tentando manter reféns por causa da precariedade política em que se encontra o governo”, que “perdeu as eleições presidenciais” em 28 de julho e “está tentando permanecer” no poder “independentemente da vontade do povo”, afirmou.
A ditadura de Maduro também intimidou um motorista da embaixada argentina em Caracas – que é administrada pelo Brasil desde que a Venezuela expulsou os diplomatas argentinos porque o governo de Javier Milei acusou as eleições presidenciais de serem fraudulentas – quando ele saiu para procurar comida.
“Eles o observaram, o seguiram, o assediaram, mas não o tocaram”, relatou Bullrich.
Na opinião da ministra, a Venezuela quer copiar a negociação que fez com os EUA em dezembro de 2023, quando Washington libertou o testa de ferro de Maduro, Alex Saab, em troca da libertação de dez americanos e cerca de vinte venezuelanos considerados “presos políticos”.
De acordo com as autoridades argentinas, Gallo entrou na Venezuela procedente da Colômbia, por uma passagem de fronteira terrestre, e cruzou a Ponte Internacional Francisco de Paula Santander para ir ao estado venezuelano de Táchira (oeste), com o “único propósito de visitar sua família e sua companheira, com quem tem um filho em comum”.
De acordo com a esposa, María Gómez, de nacionalidade venezuelana que vive na Argentina há seis anos, o militar foi levado em uma “van preta” pela Direção-Geral de Contrainteligência Militar da Venezuela (DGCIM).
Bullrich descreveu Cabello como um “ditador, impiedoso, torturador” e prometeu: “Vamos trazer Nahuel de volta, custe o que custar”.