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3 meses agoon
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O número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, que atualmente ocupa o posto de ministro do Interior, Justiça e Paz do regime da Venezuela, e que é o segundo no comando do PSUV, lançou nesta quarta-feira (18) duras críticas e ameaças ao presidente argentino Javier Milei e seu governo horas antes de o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, controlado por Caracas, emitir um mandado de prisão contra o libertário.
“Vem para a Venezuela, Milei, dá uma volta para ver se você é realmente louco. Passa pela Colômbia e depois vem para cá”, disse Cabello durante a transmissão do seu programa “Con el Mazo Dando” na televisão estatal da Venezuela, onde ele estava rodeado de militares e apoiadores.
Cabello, que recentemente assumiu o cargo de ministro do regime chavista, aproveitou seu programa para debochar de Milei, referindo-se por diversas vezes ao presidente argentino como “louco” e comparando suas políticas com as diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI). Durante a transmissão do programa, segundo informações do jornal Clarín, Cabello leu um recorte de notícia da emissora estatal Russia Today (RT) que mencionava elogios do FMI a Milei, e reforçou suas críticas e ameaças ao governo argentino: “Esses governos esquecem o povo e seguem as ordens do FMI. Aqui, [o falecido ditador] Hugo Chávez expulsou o FMI da Venezuela, e o povo se levantou contra essas medidas. Na Argentina, será igual, o povo vai se levantar”.
O chavista ainda exibiu um vídeo editado com recortes da mídia argentina mostrando protestos contra Milei, onde disse que “esse povo vai se levantar, e da Venezuela estaremos apoiando com nosso espírito e ânimo”.
Sob o comando de Cabello, o Ministério da Justiça venezuelano ganhou ainda mais poderes para reprimir opositores, que já estão sob forte perseguição do ditador Nicolás Maduro.
Nesta quinta-feira (19), o Supremo da Venezuela, controlado pelo chavismo, emitiu um mandado de prisão contra Milei após o Ministério Público do país, sob o comando do procurador-geral chavista Tarek William Saab, acusar o presidente argentino, sua irmã, Karina Milei, e Patricia Bullrich, ministra da Segurança, de uma série de crimes relacionados ao caso do avião venezuelano-iraniano da empresa Emtrasur, que estava retido na Argentina desde junho de 2022 e foi enviado ano passado para os EUA, por pertencer a uma empresa que estava sob sanção do governo americano.