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7 horas agoon
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O bitcoin (BTC) opera em forte queda nesta terça-feira (4) e chegou a bater US$ 103.623 na mínima, seu menor preço desde 23 de junho, quando foi negociado a US$ 99.696.
No radar, a expectativa de um ciclo de cortes de juros menos agressivo do que o esperado nos Estados Unidos, a continuidade do movimento de realização de lucros de carteiras antigas de criptomoedas e a zeragem de posições compradas nos mercados futuros impulsionam as vendas.
Com a baixa de hoje, o Índice Fear & Greed (Medo & Ganância) das criptomoedas caiu de 42 pontos para 21, entrando na zona do “medo extremo”. O indicador mede o sentimento dos investidores indo de 1 (prevalência absoluta da aversão a risco) a 100 (máximo da ganância e busca por retorno).
Às 10h24 (horário de Brasília) o bitcoin cai 3,5% em 24 horas, cotado a US$ 103.840, conforme dados do CoinGecko. Em reais, o bitcoin tem queda de 3% a R$ 559.818, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor.
Da máxima histórica atingida em 6 de outubro, nos US$ 126.080, o BTC acumula desvalorização de 17,6%.
Entre as altcoins, o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem baixa de 5,4% a US$ 3.505. Enquanto isso, o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, cai 5,6% a US$ 2,27; a solana (SOL) despenca 8,2% a US$ 161; e o BNB (token da Binance Smart Chain) recua 6,7% a US$ 944,05.
O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo atualmente é de US$ 3,54 trilhões.
Segundo Matheus Parizotto, analista da Mynt – a plataforma cripto do BTG Pactual –, o mercado de criptoativos está em trajetória de baixa desde o crash do mês passado, quando o presidente americano Donald Trump surpreendeu ao ameaçar a China com tarifas adicionais de 100%.
“O ajuste de posições elevou a percepção de risco e manteve os investidores mais cautelosos, especialmente em altcoins de menor capitalização, que tendem a sofrer mais em fases de redução de liquidez”, afirma.
Parizotto destaca que, nos últimos 30 dias, a soma entre compras de tesourarias de ativos digitais e entrada de capital nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de BTC ficou abaixo da emissão de novos bitcoins minerados. “Ao mesmo tempo, investidores de longo prazo vêm realizando lucros, com movimentação diária em torno de US$ 2,5 bilhões, o maior nível desde novembro de 2024, sinalizando distribuição relevante desse grupo”, aponta.
Já os analistas da consultoria Vault Capital escrevem que o fato do bitcoin ter terminado o dia ontem abaixo do suporte dos US$ 107 mil abriu espaço para quedas até a faixa de US$ 103 mil a US$ 104 mil. Agora, o risco é de uma continuidade das correções até níveis mais baixos, nos US$ 100 mil e até US$ 98.500.
“No momento, os compradores precisam defender com consistência a região atual, que atua como suporte de curto prazo. A perda dessa faixa aumentaria o risco de aceleração da correção”, afirma a Vault, em relatório.
Por outro lado, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, afirma que caso entre fluxo comprador e reverta o movimento, o preço do bitcoin poderá buscar resistências de curto e médio prazo nas faixas de preços de US$ 112.500 e US$ 118.700.
Nos ETFs de bitcoin à vista que operam nas bolsas americanas, foi registrado ontem um saldo líquido negativo de US$ 186,5 milhões. O único responsável pelo fluxo vendedor foi o IBIT, da BlackRock. Este foi o quarto pregão consecutivo com saída de capital neste tipo de fundo.
Já nos ETFs de ether, foi registrado um fluxo negativo de US$ 135,7 milhões. Os maiores alvos da saída de recursos foram o ETHA, da BlackRock, com US$ 81,7 milhões; e o FETH, da Fidelity, com US$ 25,1 milhões de saldo vendedor. Também foi o quarto pregão seguido de saldo negativo nos ETFs de ETH.
Por fim, nos ETFs de solana, o saldo foi positivo em US$ 70,1 milhões.