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A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado foi a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O Comitê Nobel norueguês anunciou a premiação nesta sexta-feira, reconhecendo o trabalho incansável de Machado na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia em seu país.
Machado é conhecida por sua atuação como líder da oposição democrática na Venezuela, tendo fundado organizações como a Súmate, que promove eleições livres e justas, e liderado o partido Vente Venezuela. Ela também foi uma das fundadoras da aliança Soy Venezuela, que une forças pró-democracia no país. Em 2023, anunciou sua candidatura à presidência, mas foi impedida de concorrer e apoiou o candidato alternativo da oposição.
O prêmio destaca não só sua luta pela democracia na Venezuela, mas também a importância da democracia como base para a paz dentro e entre os países. Segundo o Comitê Nobel, “Machado mantém viva a chama da democracia em meio ao avanço do autoritarismo em seu país”.
O comitê optou por se concentrar na Venezuela neste momento, em um ano dominado pelas repetidas declarações públicas do presidente dos EUA, Donald Trump, de que ele merece o Prêmio Nobel da Paz.
Antes do anúncio, especialistas no prêmio haviam dito que Trump não o ganharia, pois estaria desmantelando a ordem mundial internacional que o comitê do Nobel preza.
Nascida em Caracas em 7 de outubro de 1967, Machado é engenheira industrial formada pela Universidade Católica Andrés Bello, com especialização em finanças pelo IESA e formação em liderança pública pela Universidade de Yale.
Sua trajetória política começou em 2002, quando cofundou a organização Súmate, dedicada à promoção da transparência eleitoral e dos direitos políticos dos cidadãos. Súmate teve papel fundamental no referendo revogatório contra Hugo Chávez, mobilizando milhões de venezuelanos para exigir eleições livres.
Em 2010, Machado foi eleita deputada da Assembleia Nacional, tornando-se a parlamentar mais votada da história do país. Durante seu mandato (2011–2014), destacou-se por denunciar abusos institucionais e violações de direitos humanos. Em 2014, foi arbitrariamente destituída do cargo e proibida de sair do país, após denunciar assassinatos de jovens e repressão durante protestos contra o governo Maduro na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Machado fundou e coordena o partido Vente Venezuela, de orientação liberal, e é membro da Internacional Liberal. Ao longo dos anos, enfrentou ameaças judiciais, perseguição política, proibição de concorrer a cargos públicos e pressão constante por seu ativismo. Mesmo impedida de disputar as eleições presidenciais de 2024, tornou-se a principal força da coalizão opositora, promovendo o nome de Edmundo González como candidato alternativo.
O Prêmio Nobel da Paz, avaliado em 11 milhões de coroas suecas, ou cerca de US$ 1,2 milhão, será entregue em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou a premiação em seu testamento de 1895.