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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a aparecer em suas redes sociais, após quatro dias sem publicações, com uma postagem em defesa da anistia, nesta quinta-feira (4).
“A história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o país”, afirmou o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na legenda de um vídeo com trechos de um discurso seu em manifestação favorável à anistia, na avenida Paulista, em abril deste ano.
Nesta semana, Tarcísio passou a terça e a quarta-feiras em Brasília, em articulações com líderes partidários para tentar fazer avançar no Congresso Nacional o projeto que perdoa crimes de envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A iniciativa pode beneficiar Bolsonaro, que está sendo julgado por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).
As tratativas na capital federal foram feitas com discrição, sem manifestações públicas de Tarcísio. Ele foi criticado pela oposição no Estado por se ausentar para defender “interesses dele próprio e de Bolsonaro”. Na quarta (3), durante a permanência em Brasília, a agenda do chefe do Executivo não foi divulgada. Questionado pelo Valor, o Palácio dos Bandeirantes não respondeu sobre as atividades dele nem explicou por que os compromissos foram mantidos em sigilo.
O governador é visto como potencial sucessor de Bolsonaro, que está inelegível até 2030, e poderá ser candidato à Presidência em 2026. Ele diz oficialmente, no entanto, que seu plano é concorrer à reeleição no Estado. O apoio ao aliado é contestado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e por outros bolsonaristas, que o veem como uma opção “do sistema”.
No vídeo compartilhado nesta quinta, com trechos de sua fala na Paulista, Tarcísio diz que “sempre tivemos anistia” na história do Brasil e cita exemplos do período colonial, do período regencial, do segundo império e do início da República. Ele menciona, ainda, perdões concedidos pelos ex-presidentes Prudente de Morais, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, além da Lei da Anistia, de 1979, que perdoou crimes políticos cometidos durante a ditadura militar.
“E por que não dar anistia agora? Pedir anistia não é uma heresia. Pedir anistia é algo justo, é algo real, é algo importante. A anistia, para essas pessoas, é o reencontro com a liberdade, é o reencontro com a justiça, é o reencontro com a esperança. E nós precisamos nos reencontrar com a esperança”, declara Tarcísio na gravação.
Na abertura do julgamento de Bolsonaro e outros réus no STF, na terça-feira, o ministro relator da ação sobre a trama golpista, Alexandre de Moraes, fez um discurso em defesa da democracia e contra a possibilidade de anistia. “A história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação”, afirmou Moraes.
Tarcísio disse, antes do início do julgamento, que seu primeiro ato, se eleito presidente, seria conceder indulto a Bolsonaro. Ele tem declarado acreditar na inocência do ex-mandatário e chegou a afirmar que, hoje, não pode falar que confia na Justiça.
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