Published
2 meses agoon
By
O setor privado elabora, no momento, documento com recomendações e exemplos práticos em prol da agenda climática, para ser analisado no âmbito da COP30, 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, prevista para novembro em Belém (PA). O documento está sendo elaborado no âmbito da Sustainable Business COP30 (SB COP), aliança global criada no ano passado, durante COP29, no Azerbaijão, liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e formada por empresas, instituições e parceiros estratégicos de todo o mundo. A informação é do representante da organização, o chair da SB COP, Ricardo Mussa, ex-CEO da Raízen.
Mussa fez o anúncio na manhã desta segunda-feira (25), durante evento “SB COP: o papel do setor privado na implementação do Acordo de Paris”, organizado pela CNI e com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Em sua fala na abertura do evento, o representante da SB COP detalhou que a ideia é ter um documento que possa influenciar os negociadores durante a conferência do clima em Belém. “Queremos ter o texto [pronto] em setembro, finalizar o material”, afirmou.
Ao falar sobre o tema, o executivo comentou ser difícil influenciar debates de quase 200 comitivas que devem participar da COP30, esse ano. No entanto, ele comentou que, em seu entendimento, a iniciativa privada teria uma estratégia eficaz em delinear discussões usando como base exemplos de ações já realizadas dentro do setor empresarial e que têm funcionado em prol de proteger o meio ambiente.
“A melhor forma de influenciar essa discussão é o exemplo. O setor privado tem que olhar para dentro das empresas. Vamos analisar o que está funcionando e, a partir desses exemplos [do que está funcionando em prol da agenda climática] influenciar o setor público”, disse.
Para ele, o momento agora da iniciativa privada é de “falar menos e fazer mais” sobre o tema, no sentido de prover mais linhas de ação, e não somente de discussão, para aprimorar sustentabilidade no mundo.
Dan Ioschpe, campeão de Alto Nível do Clima da COP30, concordou. O executivo, também presidente do conselho de administração da multinacional Iochpe-Maxion, de estruturais automotivos, assumiu esse ano o cargo criado pela Presidência da República para apoiar a presidência da COP30 na agenda de ação da conferência do clima.
Também em fala na abertura do evento, Ioschpe comentou que foi muito importante para o mundo e para as discussões sobre o clima o momento do “Acordo de Paris”, tratado internacional de 2015 adotado por inúmeros países durante a COP21, com o objetivo de limitar aquecimento global. O tratado foi determinante como ponto de partida para uma série de ações em prol da agenda climática global, notou.
No entanto, Ioschpe comentou que, mais do que ideias, no momento hoje são necessárias linhas de ação práticas, para seguir o que foi delineado, desde a formação do Acordo de Paris. “Agora, na segunda metade da nossa década, precisamos acertar esse jogo” disse. “A ideia dicotômica entre desenvolvimento e sustentabilidade não existe”, frisou, ao ressaltar que o desenvolvimento global depende de ações práticas em defesa do meio ambiente.
Para o executivo, é preciso construir caminho de ações em prol da agenda climática. Caso contrário, continuou ele, o mundo pode caminhar para trajetória de regresso, em níveis socioeconômicos, por ausência de sustentabilidade global, alertou.
Também no evento, Luiz Césio Caetano, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), completou que a federação está focada em prover dados para a iniciativa privada fluminense aprimorar caminhos de sustentabilidade.
Caetano informou que, em setembro, a Firjan deve divulgar um estudo sobre estratégias “ESG” (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança). No estudo, ele antecipou que a Firjan já mapeou que 96% das indústrias participantes do levantamento já adotam práticas ESG, em sua atuação; e que 76% já utilizam critérios ESG em escolha de fornecedores.
Fora da iniciativa privada, no âmbito de ações do gestor público, Osmar Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade do Rio de Janeiro, informou no evento algumas iniciativas que a prefeitura do Rio tem realizado para proteção do meio ambiente. Ele lembrou que o gestor municipal já anunciou que a frota de ônibus do Rio de Janeiro será totalmente substituída até agosto de 2028, com unidades que contarão com menor emissão de poluentes.
Lima fez questão de ressaltar que o combate ao aquecimento global, bem como a emissão de gases poluentes, não pode ser encarado como tarefa exclusivamente de responsabilidade pública; ou apenas da iniciativa privada. “[A questão climática] não é um problema do poder público, ou do poder privado é um problema para todos nós”, finalizou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2022/j/F/bBF9j6ThCFk7mhV5modw/090320cosanday131.jpg)