Relembre filmes do cineasta Cacá Diegues

Cineasta morreu na madrugada desta sexta-feira (14) aos 84 anos. Cacá Diegues
Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
O cineasta Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14). Ele tinha 84 anos e morreu após complicações em uma cirurgia.
Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade e outros cineastas. Também era imortal da Academia Brasileira de Letras e ocupava a cadeira 7 desde 2018.
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Morre o cineasta Cacá Diegues, aos 84 anos
‘Bye Bye Brasil’, ‘Xica da Silva’ e ‘Tieta do Agreste’
Ao longo da carreira de cineasta, Diegues fez mais de 20 longa-metragens. Entre os mais premiados estão “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1980), “Veja esta canção” (1994) e “Tieta do Agreste” (1995).
Relembre alguns de seus filmes:
“Xica da Silva”
Na segunda metade do século 18, o representante da Coroa Portuguesa, João Fernandes, apaixona-se pela escrava negra Xica da Silva e a transforma na Rainha do Diamante, satisfazendo todos os seus desejos extravagantes.
O filme foi visto por mais de três milhões de brasileiros no cinema. Zezé Motta levou o troféu de melhor atriz em quase todos os principais festivais de cinema do ano. Além disso, a obra ganhou prêmios no Festival de Brasília de 76 de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Atriz.
“Bye Bye Brasil”
Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas ambulantes que cruzam o país juntamente com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos para o setor mais humilde da população brasileira e que ainda não tem acesso à televisão. A eles se juntam o sanfoneiro Ciço e sua esposa, Dasdô, e a Caravana cruza a Amazônia até chegar a Brasília.
O filme foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1980 e ganhou o prêmio de Melhor Diretor do Festival de Havana.
José Wilker no filme Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues
Reprodução
“Tieta do Agreste”
Aos 17 anos, a adolescente Tieta é expulsa pelo pai de Santana do Agreste, na Bahia, por falta de decoro. Vinte e seis anos depois, Tieta volta rica e famosa de São Paulo e é recebida como heroína em sua cidade natal. Seu pai e sua irmã tentam explorá-la ao máximo, mas uma repentina paixão pelo sobrinho e a revelação da verdadeira origem de seu dinheiro acabam gerando um novo e definitivo escândalo. O filme baseia-se no famoso livro de Jorge Amado.
Filme Tieta, de Cacá Diegues
Bom Dia Brasil
“Veja esta canção”
Filme em quatro episódios inspirados em grandes canções da música popular brasileira. Cada episódio pertence a um gênero diferente e conta uma história de amor de natureza distinta. Seus temas centrais são os shows em uma churrascaria suburbana, os romances na zona sul do Rio de Janeiro, meninos de rua e a obsessão de um anotador de jogo do bicho.
Entre os prêmios estão o de Melhor Diretor do Festival de Havana e de Melhor Filme do Festival de Cuiabá.
“Quilombo”
Em torno de 1650, um grupo de escravos se rebela num engenho de Pernambuco e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde uma nação de ex-escravos fugidos resiste ao cerco colonial. Entre eles, está Ganga Zumba, príncipe africano e futuro líder de Palmares. Mais tarde, seu herdeiro e afilhado, Zumbi, contestará as ideias conciliatórias de Ganga Zumba, enfrentando o maior exército jamais visto na história colonial brasileira.
Recebeu prêmios no Festival de Cinema de Cartagena, no Festival de Cannes e no Festival de Miami.
“Orfeu”
Inspirado na peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, o filme conta a história de amor entre Orfeu e Eurídice. Mais famoso compositor dos morros do Rio de Janeiro, líder da favela onde mora e de sua escola de samba, Orfeu trabalha nos preparativos para o desfile de carnaval quando conhece Eurídice, recém-chegada a cidade. Os dois se apaixonam perdidamente, provocando ciúme e violência no morro.
O filme venceu o Grande Prêmio Cinema Brasil em 2000 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Também foi indicado para Melhor Diretor.
Filme Orfeu, de Cacá Diegues
Bom Dia Brasil
“Deus é brasileiro”
Cansado de tantos erros cometidos pela humanidade, Deus resolve tirar umas férias dela e descansar em alguma estrela distante. Antes, Ele precisa encontrar um substituto para ficar em Seu lugar e decide procurá-lo no Brasil. Seu guia na busca será o pescador Taoca. Juntos, eles rodarão o país em busca do substituto ideal. O filme é uma livre adaptaçao do conto “O Santo que não Acreditava em Deus”, de Joao Ubaldo Ribeiro.
O cineasta estáva produzindo um “spin-off” de “Deus é brasileiro”, previsto para ser lençado no segundo semestre de 2025. “Prefiro dizer que ‘Deus Ainda é Brasileiro’ se trata de um spin-off, pois é um filme saído daqueles personagens, daquelas situações, mas não é uma continuação”, destacou Cacá Diegues na época.
Antonio Fagundes – Deus é brasileiro
TV Globo
“Ganga Zumba”
No Nordeste brasileiro, entre os séculos 16 e 17, alguns escravos de um engenho de cana-de-açúcar tramam uma fuga para o Quilombo dos Palmares, uma comunidade de negros fugidos da escravidão, na Serra da Barriga. Entre eles, encontra-se o jovem Ganga Zumba, futuro líder daquela república revolucionária, a primeira de toda a América. Recebeu o Prêmio Caravela de Prata, na 16ª Semana Internacional de Cinema Religioso e de Valores Humanos, do Instituto de Cultura Hispânica, em 1969.
“Os herdeiros”
A saga de uma família brasileira, de 1930 a 1964, ano do golpe militar. Jorge Ramos é um jornalista ambicioso que se casa por interesse com a filha de um arruinado fazendeiro de café. Com a volta da democracia, em 1946, ele retorna a cidade e se transforma, aos poucos e as custas de constantes traições, em um político poderoso. Até que seu próprio filho vinga suas vítimas, aliando-se aos militares e traindo o pai. Ganhou o Troféu Coruja de Ouro de Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Figurino.
“Joanna Francesa”
Em 1930, Joanna é a dona de um prostíbulo em Sao Paulo. Um cliente alagoano, apaixonado por ela, a leva para sua fazenda de cana-de-açúcar, onde Joanna entra em contato com costumes que acabam por arrebatá-la a um mundo ético e cultural que nunca havia conhecido. Ela acaba assumindo a liderança da família, que está em plena decadência. Ganhou o Troféu Coruja de Ouro de Melhor Música.
Tony Ramos lamenta a morte de Cacá Diegues
“Chuvas de verão”
Ao se aposentar, Afonso decide viver com tranquilidade no subúrbio onde mora. Em sua primeira semana de ócio, em um tórrido verão, Afonso se envolve com os problemas de sua filha, de seus amigos e de sua vizinhança, aprendendo com eles a viver novamente. Até sua convivência com Isaura, vizinha de tantos anos, se modifica. Os dois iniciam uma relaçao de amizade, amor e respeito.
Ganhou o Prêmio Candango, no Festival de Brasília de 1978, de Melhor Montagem, Melhor Atriz, Melhor Cenografia e Melhor Atriz Coadjuvante e também o Prêmio São Saruê de Melhor Filme da Federação dos Cine Clubes do Rio de Janeiro.
“Um trem para as estrelas”
Eunice, namorada de Vinicius, jovem e promissor músico que vive no subúrbio do Rio de Janeiro, desaparece depois de uma noite de amor. Em sua busca da namorada, ele vive uma verdadeira odisséia urbana, atravessando a cidade, sua violência, miséria e injustiças, sempre envolvido pela música.
“O maior amor do mundo”
Antônio, famoso astrofísico brasileiro e professor em uma universidade americana, recebe a notícia de que tem uma doença fatal. Ao retornar ao Brasil para receber uma homenagem oficial, ele descobre a identidade de seus verdadeiros pais e a surpreendente história de amor entre eles.
“O grande circo místico”
O filme é baseado no poema homônimo de Jorge de Lima, que originou as músicas escritas por Edu Lobo e Chico Buarque para um balé, e conta a história de 5 gerações de uma mesma família circense desde a sua inauguração em 1910 aos dias de hoje.
Através de Celavi, o mestre de cerimônias do Grande Circo Knieps que nunca envelhece, acompanhamos as aventuras e amores dos Knieps, do apogeu à decadência, até o surpreendente final onde a realidade e a fantasia se encontram num universo místico.
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