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A presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, foi empossada para seu primeiro mandato eletivo após protetos ao resultado. Os opositores alegam que a votação foi fraudada e que centenas de pessoas morreram. O novo governo nega o número.
Hassan, que chegou ao poder em 2021 após a morte de seu antecessor, foi declarada vencedora da eleição de quarta-feira com quase 98% dos votos. Seus dois principais adversários foram desclassificados da disputa.
Aos 65 anos, uma das duas únicas chefes de Estado mulheres da África, Hassan prestou juramento em uma cerimônia em um campo de desfile militar dentro da Casa do Estado, na capital Dodoma.
“A vida deve continuar”, disse ela aos presentes, incluindo os presidentes da Somália, Burundi, Moçambique e Zâmbia.
Hassan condenou os protestos por serem “violentos e destrutivos”.
“Nossa responsabilidade é construir um presente melhor do que o nosso passado. Peço que continuemos a proteger nossos valores de unidade e colaboração”, afirmou.
O escritório de direitos humanos da ONU informou que relatórios confiáveis indicam que pelo menos 10 pessoas morreram nos protestos que eclodiram durante a votação.
O governo diz que o número é “altamente exagerado”, e defendeu a resposta das forças de segurança como “razoável e necessária”. Hassan reconheceu que houve mortes, sem especificar quantas.
O principal partido de oposição, o Chadema — excluído da eleição por se recusar a assinar um código de conduta e cujo líder foi preso por traição em abril —, afirmou que os resultados foram fraudados.
Observadores eleitorais da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), da qual a Tanzânia é membro, declararam que, na maioria das áreas, “os eleitores não puderam expressar sua vontade democrática”, citando restrições à oposição e supostos casos de fraude nas urnas em alguns locais de votação.
O governo, por sua vez, sustenta que o processo eleitoral foi justo e transparente. A comissão eleitoral informou que Hassan obteve 31,9 milhões de votos, de 37,7 milhões de eleitores registrados, muito mais do que os 12,5 milhões que seu antecessor, John Magufuli, recebeu em 2020.
O acesso à internet, que o governo restringiu no dia da eleição, continuava interrompido nesta segunda-feira.
Os protestos diminuíram nos últimos dias. No entanto, a presença militar e policial seguia forte na capital comercial, Dar es Salaam. Servidores públicos foram orientados a trabalhar de casa.
A União Africana parabenizou Hassan pela vitória no fim de semana, mas pediu que seu governo respeite os direitos e liberdades fundamentais.
Hassan recebeu elogios em 2021, ao assumir o poder após Magufuli, por reduzir a repressão governamental, mas mais recentemente tem sido criticada por partidos de oposição e ativistas devido a prisões e supostos sequestros de opositores.
Em 2024, ela declarou ter ordenado uma investigação sobre os relatos de sequestros. Nenhum resultado oficial foi divulgado até o momento.
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