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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a postura “errática e centralizadora” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem tornado difícil encontrar um caminho para negociar as tarifas impostas pelos americanos sobre as exportações brasileiras.
O ministro deu a declaração em entrevista ao programa Canal Livre, da BandNews transmitido neste domingo (31).
“O governo dos Estados Unidos tem tido uma postura errática em temas variados e está centralizado em uma pessoa só. Você não ouve mais falar do Congresso, por exemplo, sai tudo de uma cabeça. É um modo de governar sem precedentes naquele país”,
Desde 6 de agosto, produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos foram taxados em 50%. Desde então, o governo brasileiro tem tentado um acordo, sem sucesso. Haddad chegou a ter um encontro marcado com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, mas a reunião foi cancelada.
Haddad afirmou que o comportamento dos americanos também impede de avaliar se haverá mais retaliações devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é um dos motivos alegados por Trump para taxar o Brasil.
“Os empresários brasileiros e americanos estão se movendo, inclusive com a contratação de escritórios de advocacia para se defenderem das tarifas. Porque quem pagará essa conta, no fim, serão os consumidores dos Estados Unidos”, afirmou Haddad.
“A tarifa não é apenas injusta. Não é racional. Não tem lógica econômica. Penso que vai se abrir espaço para negociação, a não ser que alguém sugira ao presidente americano que uma escaladas de sanções vai trazer alguma vantagem. Não acredito que vai acontecer, mas pode acontecer”, finalizou.
Haddad afirmou que a divulgação de trechos de conversas entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e seu pai, Jair Bolsonaro poderia ajudar a mover as negociações entre os dois países.
“Acredito que depois da quebra de sigilo dessas conversas, o governo americano pode até fingir que não viu, mas viu. A embaixada vai ter de informar à Casa Branca o que está acontecendo aqui. Aquela troca de mensagens entre filhos e pai, como eles retratam a situação já deve ter chegado ao governo dos Estados Unidos. Se conheço bem ali, o estado vai distensionar”, disse o ministro.