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A fim de evitar um clima hostil no continente sul-americano, o governo Luiz Inácio Lula da Silva decidiu alertar a Venezuela de que pretende realizar um exercício militar rotineiro na região da fronteira com o país vizinho. O Valor apurou que a sinalização foi feita a pedido do ministro da Defesa, José Múcio, como uma forma de o Brasil se precaver de qualquer reação agressiva do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A preocupação da Defesa em alertar sobre a atividade tem como pano de fundo o fato de a temperatura política na região do Caribe estar elevada — situação que foi desencadeada pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de enviar 4.000 marinheiros e fuzileiros navais para águas internacionais próximas à Venezuela. Esse despacho de Trump fez, por exemplo, com que Maduro também começasse a se movimentar militarmente desde então.
Diante desse quadro de estresse institucional, Múcio pediu a interlocutores que fizessem chegar ao regime venezuelano as informações sobre a operação militar brasileira, denominada Atlas. Apesar do contexto político ruim para essa operação, o exercício das Forças Armadas é importante porque está ligado à segurança da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano (COP30), prevista para acontecer em Belém (PA) no mês de novembro.
Na prática, a “Operação Atlas” é um exercício conjunto, coordenado pelo Ministério da Defesa, que reúne Marinha, Exército e Aeronáutica em um esforço integrado para aprimorar a atuação das Forças Armadas no território amazônico.
O aviso desse exercício foi passado às autoridades venezuelanas nos últimos dias porque os militares brasileiros começarão a ser deslocados para a região da Foz do Amazonas a partir de 27 de setembro. A previsão é que esse deslocamento aconteça até o dia 1º de outubro. Já os exercícios em si ocorrerão entre os dias 2 e 10 de outubro.
A atividade contempla o emprego de meios terrestres, aéreos e fluviais, com a realização de ações em diferentes cenários: nos rios, em terra firme, no mar e no espaço aéreo. Tudo isso está previsto para ser realizado em diferentes regiões do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
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