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Um dia depois de o presidente da Câmara, Hugo Motta, ser vaiado no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender, nesta quinta-feira (16), a cassação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem acusa de ser “traidor da pátria“. Desta vez, entretanto, Lula direcionou o pedido nominalmente a Motta. “O companheiro Hugo Motta precisa cassar o Eduardo Bolsonaro”, disse Lula, durante participação no 16º Congresso do PCdoB, em Brasília.
As críticas ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro se devem ao fato de que, para o Palácio do Planalto, o parlamentar é um dos responsáveis por todas as sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. O motivo é que, ao longo dos últimos meses, Eduardo vem se aproveitando da sua proximidade com a gestão de Donald Trump para convencer a Casa Branca a adotar retaliações contra autoridades e instituições brasileiras.
O motivo dessas sanções seriam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Eduardo deixou seu mandato parlamentar em segundo plano e se mudou para os Estados Unidos no primeiro semestre deste ano. Desde então, passou a procurar o governo americano para pressionar os americanos a adotarem medidas contra o Brasil.
Além disso, em seu discurso, Lula saiu em defesa da vizinha Venezuela e rejeitou o argumento usado pela direita de que seu governo pretende transformar o Brasil no país de Nicolás Maduro.
“Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. E o Brasil nunca vai ser a Venezuela e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba“, emendou.
Apesar de o presidente brasileiro ter evitado citar Trump, o evento foi recheado de críticas ao presidente norte-americano. O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, por exemplo, endureceu contra o chefe da Casa Branca.
Ao lado de Lula, Edinho Silva acusou Trump de “ameaçar” a América do Sul e a Venezuela, o que ele classificou como “inaceitável”. Na avaliação do petista, Trump está praticando “execuções” contra venezuelanos no mar do Caribe.
As críticas de Edinho Silva fazem referência ao aumento de tensões no Caribe, depois que Trump decidiu enviar cerca de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais para águas internacionais na região da Venezuela. Trump tem usado o combate ao narcotráfico na América Latina como justificativa para promover essa movimentação militar no Caribe.
Filiada ao PCdoB, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, também esteve no evento e reforçou o discurso do presidente do PT. “Nós estamos sob ataque de um país que se julga o dono do mundo.”
Os discursos foram feitos no mesmo dia em que o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington (EUA), para dar início às negociações em torno do tarifaço e das sanções contra autoridades brasileiras.
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