Juiz proíbe divulgação de áudios de Karina Milei em meio a escândalo de corrupção | Mundo

Segundo Adorni, a ordem foi emitida após o governo Milei alegar “uma operação ilegal de inteligência com o objetivo de desestabilizar o país em plena campanha eleitoral”. O país realiza, no dia 7 de setembro, as eleições locais na província de Buenos Aires, e em 26 de outubro as eleições legislativas.

A decisão da justiça argentina vem após a divulgação de áudios de Karina pelo jornalista Mauro Federico. Adorni alega que as gravações, em que a irmã de Milei fala sobre longas jornadas de trabalho e pede união, foram feitas “ilegalmente” na Casa Rosada, sede do governo argentino.

No dia 20 de agosto, Federico já havia divulgado gravações do ex-funcionário do governo Diego Spagnuolo, em que ele descreve um esquema de corrupção envolvendo contratos para a compra de medicamentos pela Agência Nacional de Deficiência (Andis). É citado o pagamento de propinas à Karina Milei como condição prévia para autorizar a aquisição de medicamentos. Após a divulgação, Milei demitiu Spagnuolo e o acusou de mentir.

Na denúncia apresentada pelo Ministério da Segurança, o governo solicita buscas na casa de Frederico, assim como nas residências de outros jornalistas acusados de tentar favorecer a oposição antes das eleições provinciais e nacionais de meio de mandato. A denúncia pede a apreensão de computadores, celulares, notebooks e pen drives.

A votação em Buenos Aires no próximo domingo (7) é considerada por investidores como um termômetro para as eleições nacionais de outubro. Maior província em população, Buenos Aires é reduto da oposição peronista liderada pela ex-presidente Cristina Kirchner.

Na última sexta-feira (29 de agosto), a polícia argentina fez buscas em endereços ligados ao escândalo de corrupção envolvendo o governo Milei, com operações sendo realizadas em escritórios da Andis e da rede de farmácias Suizo Argentina.