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A agenda ESG deixou de ser um diferencial restrito às grandes companhias. Empresas de médio porte vêm incorporando práticas ambientais, sociais e de governança em suas estratégias de negócios — movimento que também se traduz em maior procura por instrumentos de financiamento sustentável.
De acordo com dados do International Business Repor t (IBR) 2025, da Grant Thornton, 80% das médias instituições brasileiras consultadas declararam intenção de investir em iniciativas ligadas ao tema — o maior percentual da série histórica, iniciada em 1992. E, segundo projeção da Moody’s, uma das principais agências globais de classificação de risco e análise de mercado, as emissões globais de títulos sustentáveis devem somar US$ 1 trilhão em 2025.
Para atender a essa demanda crescente, o Itaú BBA vem oferecendo um portfólio de soluções sustentáveis financeiras e não financeiras para apoiar as médias empresas em suas trajetórias, diante do desafio que muitas delas apresentam na estruturação de projetos ESG. “Com o apoio do Itaú BBA, nossos clientes podem acelerar sua transição para uma economia de baixo carbono, ampliar sua diferenciação frente aos concorrentes, acessar condições comerciais competitivas e contribuir de forma significativa para uma economia mais sustentável”, destaca Gustavo Aoki, diretor de estratégia do Itaú BBA.
Na prática , o banco oferece apoio desde a seleção de indicadores e metas ESG até a estruturação de operações financeiras rotuladas. A instituição também adota uma postura proativa ao identificar riscos e oportunidades para elaborar soluções sob medida para as companhias, preparando-as para acessar o mercado sustentável de crédito e de capitais. “Em todas as linhas de negócios, buscamos ser um parceiro estratégico, e com a sustentabilidade não é diferente”, coloca Rodrigo Morato, superintendente de corporate finance do Itaú BBA.
O planejamento já rendeu resultados expressivos: entre 2024 e 2025, o Itaú BBA originou 50 transações voltadas a médias empresas, que somaram R$ 2,65 bilhões em títulos e empréstimos atrelados a práticas ambientais, consolidando sua posição de referência na estruturação de operações inovadoras em áreas prioritárias do desenvolvimento sustentável.
Em 2025, até setembro, o banco esteve à frente de 20 transações de renda fixa no mercado ESG, sendo 15 locais e cinco internacionais. Desse total, quatro operações do segmento de médias movimentaram R$ 505 milhões em volume originado, e outras duas emissões estão em andamento.
CAPITAL SUSTENTÁVEL NO FOCO
Com o objetivo de mobilizar R$ 1 trilhão em finanças sustentáveis até 2030, a instituição conta com uma frente dedicada às médias empresas. “Fornecemos soluções de crédito escaláveis, apoio na mensuração da pegada de carbono via parceria com as principais plataformas de mercado, esteiras de produtos customizados e eventos temáticos voltados ao engajamento dos clientes no tema”, afirma Morato.
O portfólio engloba desde emissões de títulos e concessões de créditos verdes, sociais, sustentáveis e vinculados a metas (SLBs), inclusive com a possibilidade de condições comerciais diferenciadas, como o Risco Sacado ESG, que premia fornecedores com boas ações ambientais. O banco também atua no repasse de programas oficiais, como o Eco Invest, iniciativa do Tesouro Nacional voltada à mobilização de capital privado para projetos sustentáveis. Além de contar com o apoio da Carbonplace, plataforma de negociação de créditos de carbono da qual o banco é sócio-fundador. “Oferecemos diversas soluções ESG para apoiar nossos clientes na geração de valor e identificação de oportunidades a partir de suas práticas sustentáveis em seus modelos de negócio”, acrescenta Janine Rodrigues, head de finanças sustentáveis do Itaú BBA.
Ao fortalecer esse ecossistema, o Itaú BBA pretende transformar a agenda ESG em vetor de competitividade para o middle market brasileiro, ampliando o acesso a capital sustentável e abrindo caminho para modelos de negócio mais inovadores, inclusivos e resilientes. “Buscamos viabilizar soluções escaláveis que facilitem o acesso das médias empresas ao financiamento sustentável, sempre com rigor na gestão de riscos e foco para gerar impacto positivo em iniciativas ligadas à economia circular, logística verde e cadeias produtivas mais sustentáveis”, resume Eduardo Schiavinato, head de produtos ESG.
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A integração de fatores ESG à estratégia das médias empresas vem ganhando valor entre investidores e parceiros comerciais. Além de ampliar o acesso a capital em condições mais favoráveis e reduzir riscos regulatórios e reputacionais, práticas sustentáveis fortalecem a atratividade em plataformas de rating internacionais. “O reconhecimento em plataformas como EcoVadis, CDP e MSCI ainda permite a estruturação de operações com mecanismos de incentivo financeiro”, acrescenta Morato. Em um ambiente de crédito mais seletivo, esse diferencial pode ser decisivo, abrindo espaço para novas linhas de negócio e maior inserção em cadeias globais de valor.
Segundo Janine, setores como energia renovável, saneamento, infraestrutura verde e agricultura regenerativa estão entre os mais avançados na adoção de atividades ambientais. Companhias exportadoras também vêm ganhando espaço, alavancadas pela exigência crescente de cadeias sustentáveis em mercados como a União Europeia.
Um exemplo é a Grano Alimentos, que estreou no mercado de títulos ESG com a emissão de um CRA rotulado como social, no valor de R$ 70 milhões e prazo de cinco anos. A operação, coordenada pelo Itaú BBA, apoia agricultores familiares no Rio Grande do Sul, especialmente os afetados por enchentes e ciclones em 2023 e 2024. Os recursos são destinados à compra de alimentos de produtores de agricultura familiar e à oferta de assistência técnica para esses fornecedores.
Portanto, o impacto da operação vai além do financeiro, uma vez que contribui para a segurança alimentar, o desenvolvimento socioeconômico e o fortalecimento de comunidades rurais. A experiência rendeu à Grano Alimentos reconhecimento internacional, com os prêmios Social Bond of the Year — Corporate e Initiative of the Year — Social Bond no Environmental Finance Awards 2025.