Economia
Ibovespa supera os 154 mil pontos e emplaca 10º recorde seguido; dólar cai a R$ 5,33
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8 minutos agoon
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‘A Amazônia é para o mundo como se fosse uma bíblia’, diz Lula na COP30
O Ibovespa fechou em alta de 0,47% nesta sexta-feira (7), aos 154.064 pontos. Com o resultado, o principal índice da bolsa brasileira alcançou seu décimo recorde consecutivo. Já o dólar fechou em queda de 0,22%, cotado a R$ 5,3361.
O mercado reagiu a declarações de membros do Federal Reserve (Fed) e a resultados de empresas — como o da Petrobras, que animou investidores. Além disso, foram divulgados dados sobre preços e indústria, enquanto o presidente Lula participa de reuniões da COP 30 em Belém.
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▶️ Nos Estados Unidos, investidores acompanharam discursos de membros do Fed em busca de sinais sobre a posição do comitê de política monetária diante de possíveis novos cortes de juros na reunião de dezembro. O tom adotado foi de cautela.
▶️ No Brasil, os chefes de Estado e de governo que participam da Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém, retomam os discursos na plenária geral sobre clima e meio ambiente.
▶️ O Ibovespa avançou com o desempenho das ações da Petrobras, que subiram após a divulgação do balanço da véspera. A estatal registrou lucro líquido de US$ 6,03 bilhões no terceiro trimestre — alta de 2,7% em relação ao mesmo período de 2024 — e anunciou R$ 12,2 bilhões em dividendos. Os papéis ordinários (PETR3) avançaram 4,89% e os preferenciais (PETR4), 4,16%.
▶️ Entre os indicadores do dia, o IGP-DI de outubro foi divulgado às 8h, seguido pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) de setembro às 9h, que devem ajudar a medir o ritmo da atividade econômica. Nos EUA, a Universidade de Michigan publica a confiança do consumidor dos EUA.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,81%;
Acumulado do mês: -0,81%;
Acumulado do ano: -13,65%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +3,02%;
Acumulado do mês: +3,02%;
Acumulado do ano: +28,08%.
Agenda econômica
Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI)
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 0,03% em outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O resultado veio abaixo da alta de 0,36% observada em setembro e foi menor do que a deflação de 0,22% esperada por analistas consultados pela Reuters.
Com o desempenho de outubro, o IGP-DI acumula queda de 1,31% no ano. Em 12 meses, o índice registra alta de 0,73%. Segundo o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, o resultado foi influenciado pela redução nos preços de produtos agropecuários e de energia.
“No IPA, destacou-se a queda generalizada de produtos agropecuários com peso significativo na estrutura do índice, como café em grão, trigo em grão, soja em grão e leite in natura”, afirmou.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que representa 60% do IGP-DI, caiu 0,13% em outubro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), com peso de 30%, subiu 0,14%, desacelerando frente à alta de 0,65% em setembro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI), que responde pelos 10% restantes, avançou 0,30%, após alta de 0,17% no mês anterior.
Índice de Preços ao Produtor (IPP)
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de produtos na saída das fábricas — sem considerar impostos e frete — caiu 0,25% em setembro na comparação com agosto, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Essa foi a oitava queda seguida do indicador.
No acumulado do ano, o IPP registra retração de 3,87%. Em 12 meses, a queda é de 0,40%. Entre as 24 atividades industriais analisadas, 12 tiveram redução nos preços. Os principais impactos vieram dos setores de alimentos e de produtos químicos.
O item “outros produtos químicos” teve queda de 1,75%, contribuindo com -0,14 ponto percentual no índice geral. Já os alimentos tiveram impacto de -0,10 ponto percentual.
Segundo Murilo Alvim, gerente do IPP, a valorização do câmbio e a menor demanda interna influenciaram os resultados.
“A retração nos fertilizantes e seus insumos refletiu a fraqueza da demanda no mercado interno, já que parte significativa destinada à próxima safra já foi adquirida pelos produtores agrícolas”, afirmou.
Entre os grupos de produtos, os preços dos bens de capital caíram 0,45%, os bens intermediários recuaram 0,60%, enquanto os bens de consumo registraram alta de 0,29% no mês.
Confiança do consumidor dos EUA
A confiança dos consumidores nos EUA caiu no início de novembro para o menor nível em quase três anos e meio, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Universidade de Michigan.
O índice que mede esse sentimento recuou para 50,3 pontos, contra 53,6 em outubro. A expectativa de analistas era de uma queda mais moderada, para 53,2 pontos.
De acordo com Joanne Hsu, diretora da pesquisa, o resultado reflete preocupações com os impactos da paralisação do governo federal, que já dura mais de um mês.
“A queda na confiança deste mês foi generalizada em toda a população, observada em todas as idades, rendas e afiliações políticas”, afirmou.
A paralisação tem afetado diretamente milhões de americanos, com cortes em benefícios como os vales-alimentação, atrasos em voos e servidores públicos sem remuneração. Esses fatores têm gerado incertezas sobre o desempenho da economia nos próximos meses.
A pesquisa também mostrou que a expectativa dos consumidores para a inflação no próximo ano subiu de 4,6% para 4,7%. Já a projeção para os próximos cinco anos caiu de 3,9% para 3,6%, indicando uma visão mais moderada sobre o comportamento dos preços no longo prazo.
Falas de dirigentos do Fed
Em evento realizado em Frankfurt, o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, afirmou que os juros estão próximos de um nível neutro — aquele que não estimula nem restringe a economia — e que, por isso, é necessário avançar com prudência.
“A política atual continua um tanto restritiva, mas nós a aproximamos do nível neutro. Portanto, faz sentido avançarmos lentamente em direção às taxas neutras”, disse.
Jefferson também defendeu o corte de 25 pontos-base realizado na semana passada como “apropriado”, citando riscos crescentes para o mercado de trabalho. Ele destacou que continuará avaliando os dados econômicos e os riscos antes de decidir seu voto nas próximas reuniões.
“Sempre adoto uma abordagem de reunião por reunião. Essa abordagem é particularmente prudente porque não está claro quantos dados oficiais teremos antes de nossa reunião de dezembro”, afirmou.
Enquanto isso, o Fed de Nova York divulgou dados sobre as expectativas dos consumidores.
A projeção mediana de inflação para o próximo ano caiu 0,2 ponto percentual, para 3,2%.
Já as expectativas para três e cinco anos permaneceram em 3,0%.
Por outro lado, a percepção sobre o desemprego aumentou: a probabilidade média de alta na taxa de desemprego subiu 1,4 ponto, para 42,5%.
A pesquisa também mostrou que os consumidores estão menos confiantes sobre encontrar emprego — a probabilidade caiu para 46,8% — embora a chance de perder o atual trabalho tenha diminuído para 14,0%. As famílias relataram melhora no acesso ao crédito, mas uma parcela maior espera piora na situação financeira pessoal no próximo ano.
Paralisação do governo americano no 38º dia
A paralisação do governo dos EUA chegou ao 38º dia nesta sexta-feira. A falta de acordo no Congresso continua a impedir o funcionamento pleno de serviços públicos, enquanto negociações avançam lentamente.
Líderes republicanos anunciaram que devem votar hoje um projeto revisado para tentar encerrar o impasse. A proposta prevê financiamento parcial para algumas agências e pode manter o governo funcionando até após o feriado de Ação de Graças.
Com o shutdown, a assistência alimentar (SNAP) para cerca de 42 milhões de pessoas foi interrompida, deixando famílias sem os cerca de US$ 180 mensais. Funcionários federais, incluindo policiais, militares e agentes de aeroportos, estão sem receber salários.
Desde o início da paralisação, mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos de voos.
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que, se durar mais uma semana, o impacto na economia pode chegar a US$ 11 bilhões.
Enquanto isso, os efeitos da paralisação se intensificam. O Departamento de Transportes informou que haverá redução de 10% nos voos em 40 grandes aeroportos a partir de hoje, devido à escassez de pessoal. A medida deve afetar diretamente o tráfego aéreo e a logística em todo o país.
Além disso, um juiz federal ordenou que o governo libere os recursos integrais do SNAP para novembro, após considerar que o Departamento de Agricultura agiu de forma “arbitrária e caprichosa” ao oferecer apenas parte dos benefícios. O programa injeta mais de US$ 8 bilhões por mês na economia, e o atraso nos repasses preocupa tanto beneficiários quanto o setor varejista.
As negociações seguem, mas ainda sem consenso.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street fecharam sem direção única nesta sexta-feira, em uma semana volátil, conforme preocupações com a economia e com as valorização dos papéis no setor de tecnologia azedaram o humor dos investidores.
O otimismo em torno da inteligência artificial levou os mercados a marcar recordes de alta este ano, mas preocupações com a monetização da tecnologia e os gastos cíclicos dentro do setor diminuíram o entusiasmo com as ações dos EUA nos últimos dias.
O Dow Jones subiu 0,16%, a 46.987,10 pontos. O S&P 500 avançou 0,13%, a 6.728,81 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,22%, a 23.004,54 pontos.
Os mercados europeus também encerraram a semana em queda, em meio à volatilidade provocada por preocupações com os preços elevados das ações de tecnologia.
A paralisação do governo dos EUA e declarações recentes de autoridades do Federal Reserve também contribuíram para o clima de cautela.
No fechamento, os principais índices da região ficaram no vermelho: o STOXX 600 recuou 0,60%, o DAX (Alemanha) caiu 0,69%, o FTSE 100 (Reino Unido) perdeu 0,55%, enquanto o CAC 40 (França) registrarou queda de 0,18%.
Na mesma toada, os mercados asiáticos fecharam em baixa, apesar de acumularem ganhos modestos ao longo da semana.
Investidores ignoraram parte das preocupações globais com o setor de tecnologia, mas o movimento de correção se intensificou em mercados mais expostas à alta recente das ações de inteligência artificial.
Além disso, a China e os EUA anunciaram avanços nas negociações comerciais, incluindo uma pausa nas tarifas portuárias sobre embarcações ligadas ao gigante asiático.
No fechamento, o Nikkei (Tóquio) caiu 1,2%, o Hang Seng (Hong Kong) recuou 0,92%, o SSEC (Xangai) perdeu 0,25% e o CSI300 teve baixa de 0,31%. O Kospi (Seul) caiu 1,81%, o Taiex (Taiwan) recuou 0,89%, enquanto o Straits Times (Cingapura) foi exceção, com alta de 0,16%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
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Reprodução/TV Globo
