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Em nota conjunta, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lamentaram a imposição da tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio do Brasil imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com as pastas, a medida é “injustificável e equivocada”. A taxação começou a valer nesta quarta-feira (12).
“Tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem de US$ 3,2 bilhões. Em defesa das empresas e dos trabalhadores brasileiros e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países”, diz um trecho da nota publicada nesta quarta.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 11,9 bilhões em ferro fundido, ferro e aço, dos quais US$ 5,7 bilhões – 48% do total – foram para o mercado norte-americano.
Da perspectiva dos EUA, o Brasil foi o segundo mercado que mais enviou aço para o país (4,5 milhões de toneladas) no mesmo período, atrás somente do Canadá, segundo o Instituto Americano de Ferro e Aço (AISI).
“Segundo os dados do governo estadunidense, os EUA mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, que foi, em 2024, da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens. No caso do aço, as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, relação de complementaridade mutuamente benéfica”, continua a nota.
“O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (US$ 1,2 bilhão) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (US$ 2,2 bilhões, 60% do total das importações dos EUA), insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana”, diz outro trecho.
De acordo com a nota, o governo Lula defenderá os interesses do Brasil junto aos EUA. Para este fim, estão previstas reuniões para as próximas semanas com produtores nacionais.
Segundo as pastas, nessas reuniões serão avaliadas “todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contrarrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio”.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo estuda propostas do setor produtivo do aço para rebater justificativas dadas pelo governo norte-americano para impor a taxação. Na ocasião, Haddad afirmou que Trump tem um “diagnóstico equivocado” da situação.