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O governo da Argentina anunciou nesta terça-feira (2) que autorizou o Tesouro Nacional a intervir no câmbio para conter a disparada do dólar no país, um movimento que ocorre devido às incertezas geradas pela eleição na província de Buenos Aires neste fim de semana, o pleito legislativo de outubro e o escândalo de corrupção que atinge aliados próximos do presidente Javier Milei.
O anúncio foi feito pelo secretário de Finanças, Pablo Quirno, em uma postagem no X. “O Tesouro Nacional, a partir de hoje, participará do mercado livre de câmbio com o objetivo de contribuir para sua liquidez e funcionamento normal”, escreveu.
Com o nervosismo nos mercados, o dólar está subindo na Argentina desde julho, quando registrou uma alta de 14% ao mês. Nesta segunda, o câmbio oficial fechou a 1385 pesos por dólar no Banco Nación, a cotação mais alta desde que o governo Milei revogou uma série de restrições cambiais no país.
A decisão marca uma mudança de postura do governo Milei, que até então vinha adotando uma banda para a flutuação do câmbio, regime no qual o Banco Central do país fazia intervenções pontuais para depreciar ou apreciar o peso argentino. Hoje, a cotação máxima está em 1.467 pesos por dólar e o piso em 953 pesos por dólar.
A intervenção será feita pelo Tesouro Nacional porque o acordo de US$ 20 bilhões fechado pela Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) impede que o Banco Central adote medidas mais firmes para conter a disparada do dólar.
Segundo o jornal “Clarín”, o FMI foi avisado da decisão e está de acordo com a medida tomada pelo governo.