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A maior parte dos brasileiros acha que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro é justa e que o ex-presidente provocou de propósito o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – que determinou sua prisão. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (25).
Mais da metade (55%) dos brasileiros consideram a prisão domiciliar de Bolsonaro justa. Outros 39% consideram a prisão injusta. Não souberam ou não responderam somam 6%.
A pesquisa contou com 2.004 entrevistas presenciais, realizadas com brasileiros de 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais (p.p.) e o nível de confiança é de 95%.
A avaliação não é unânime entre as regiões brasileiras. No Sul, há mais gente que acha a prisão domiciliar de Bolsonaro injusta do que justa: 49%, contra 47%. No Centro-Oeste, a opinião de que a prisão é justa prevalece, mas por uma margem menor do que no agregado do país: 48%, contra 43% que consideram injusta.
O Sudeste reflete números muito parecidos com a média nacional: 54% consideram a prisão justa e 40% acham injusta. Já no Nordeste, essa diferença é ainda maior, com 65% dizendo que a prisão domiciliar de Bolsonaro é justa, contra 30% que consideram injusta.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada por Moraes no início de agosto, após o entendimento de que o ex-presidente utilizou redes sociais de aliados, incluindo seus três filhos, para divulgar mensagens instigando ataques ao STF e a intervenção dos Estados Unidos no judiciário brasileiro.
Dos entrevistados, 84% já sabiam que Bolsonaro está em prisão domiciliar. O percentual de brasileiros que já estavam cientes de que Bolsonaro está sendo julgado subiu de 73% em março deste ano para 86% em agosto.
Na decisão que decretou a prisão domiciliar, Moraes citou que Bolsonaro participou de uma ligação com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante um ato em Belo Horizonte.
Questionados por que Bolsonaro participou dessa chamada de vídeo, 57% dos entrevistados disseram achar que Bolsonaro queria provocar Moraes e que fez isso de propósito. Para 30%, Bolsonaro não compreendeu bem as regras impostas por Moraes e errou.
O percentual de brasileiros que acham que Bolsonaro participou de um plano de tentativa de golpe contra o governo Lula subiu de 49% em março deste ano para 52% em agosto. O grupo que acha que Bolsonaro não participou do plano oscilou dentro da margem de erro, de 35% para 36%.
As pessoas que não sabiam ou não responderam caíram de 15% em março para 10% em agosto, enquanto 2% acham que não houve tentativa de golpe.
A crença de que Bolsonaro participou do plano subiu 5 pontos percentuais tanto no Nordeste, onde atingiu 62%, quanto no Sudeste, chegando a 52%. A diferença é que essa opinião vem crescendo no Nordeste desde dezembro do ano passado, enquanto mantinha-se estável no Sudeste nas pesquisas de dezembro de 2024 e de março de 2025.
No Centro-Oeste/Norte, o percentual de quem acha que Bolsonaro participou do plano está estável em 47% desde dezembro do ano passado, mas o grupo que acha que ele não participou passou de 35% em março deste ano para 40% em agosto.
O Sul é a única região em que há mais gente achando que Bolsonaro não participou do plano: 46%, contra 43% que dizem que o ex-presidente participou. Ambas as avaliações oscilaram dentro da margem de erro em relação a março.
Por faixa etária, a maior mudança foi no grupo de quem tem 60 anos ou mais, em que aqueles que consideram que Bolsonaro participou de tentativa de golpe saltou 10 p.p. desde março, para 56% em agosto, superando essa avaliação entre os demais grupos etários.
Entre quem tem 16 e 34 anos, 52% acham que Bolsonaro participou do plano, mesmo percentual observado em março. Entre quem tem 35 a 59 anos, essa avaliação oscilou dentro da margem de erro, de 49% para 51%, enquanto a opinião de que Bolsonaro não participou oscilou de 36% para 38%.
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