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A procuradora-geral do Exército de Israel, major-general Yifat Tomer-Yerushalmi foi presa neste fim de semana após admitir ter autorizado o vazamento de um vídeo que denunciava os maus tratos cometidos por militares israelenses contra um prisioneiro palestino.
O carro de Tomer-Yerushalmi foi encontrado na noite deste domingo (2) nos arredores de uma praia e ela foi dada como desaparecida. Horas depois, porém, ela foi encontrada e presa.
Ela disse ter autorizado o vazamento da gravação para proteger colegas que estariam sob suspeita de “ajudar inimigos de Israel”.
Contudo, ela despertou a ira do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que a acusou de fazer parte de um “estado profundo” que visaria destruir Israel por dentro.
Ontem, o premiê israelense, ao iniciar a reunião de gabinete, declarou que o vazamento do vídeo foi “talvez a propaganda de ataque mais grave que o estado de Israel já enfrentou.”
O jornal israelense Haaretz declarou, em editorial publicado hoje, que, para o premiê, o mais grave não foram os abusos cometidos contra o prisioneiro palestino, “mas sua divulgação.”
O Canal 12 de Israel fez coro à crítica, ao afirmar que o ponto central da questão não é quem vazou a gravação, mas o tratamento que o Estado israelense concede aos prisioneiros.
A revelação do vídeo vem em um contexto do frágil cessar-fogo firmado entre Israel e o grupo palestino Hamas. As forças israelenses seguem atacando em Gaza, e ambos os lados trocam acusações mútuas de violação dos termos de trégua.
O vídeo em questão era relacionado a um caso de julho do ano passado, quando militares israelenses invadiram o campo de detenção de Sde Teiman, perto da fronteira israelense com a Faixa de Gaza, onde prisioneiros palestinos eram mantidos. Os soldados foram presos sob acusação de maus tratos a um prisioneiro.
Na sexta-feira, Tomer-Yerushalmi renunciou, após o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçar demiti-la por conta do vazamento da gravação.
Hoje, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o Comissário-Chefe do Serviço Prisional de Israel, Kobi Yaakobi, declararam que Tomer-Yerushalmi deve ser mantida sob supervisão, o que inclui supervisão de guardas e de câmeras de segurança, enquanto estiver presa.