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O furacão Melissa tocou a Jamaica nesta terça-feira (28), com ventos de 280 km/h, sendo essa tempestade mais forte em 174 anos. Esse é o quinto furacão registrado no oceano Atlântico este ano, sendo o terceiro a alcançar a categoria 5 na escala Saffir-Simpson, que mede a força dos furacões.
A temporada de furacões na região acontece normalmente entre 01º de junho a 30 de novembro. Nessa época, as condições climáticas são mais favoráveis para a formação desses fenômenos meteorológicos, com maior variação da temperatura e umidade.
Segundo os cientistas, o ar quente próximo da terra ou do mar costuma subir com velocidade na atmosfera e, quando esfria, volta para o chão, deslocando a massa de ar que estava em baixo. Isso cria um círculo e é esse movimento que cria furacões, ciclones ou tufões, com muitas nuvens e chuva.
Com a proximidade do furacão Melissa, a Jamaica tentou se preparar para impactos catastróficos, com inundações, deslizamentos de terra e quedas de energia. Mais de 800 abrigos instalados e algumas áreas foram evacuadas. Até o momento, sete pessoas já faleceram por conta do furacão, sendo quatro na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana.
 Veja imagens do interior do furacão Melissa
A expectativa é que, após passar pela Jamaica, o furacão Melissa siga para Cuba, onde autoridades locais já estão trabalhando na evacuação de pessoas, e alcance o sudeste das Bahamas até quarta-feira. Também foi emitido um aviso de segurança para as Ilhas Turcas e Caicos.
Antes de mais nada, é importante destacar que nem toda tempestade formada na região tropical do oceano Atlântico é contabilizada como um evento da temporada de furacões.
Para que o fenômeno seja nomeado e entre nas estatísticas oficiais, ele precisa ser um sistema de baixa pressão alimentado pelo aquecimento do oceano, com ventos sustentados de pelo menos 63 km/h. Quando a velocidade dos ventos ultrapassa os 119 km/h, o fenômeno passa a ser classificado como um furacão.
Até o momento neste ano, 13 sistemas já foram nomeados, incluindo o mais recente furacão Melissa. Além dele, também foram registrados outros quatro furacões: Erin; Gabrielle; Humberto e Imelda.
O furacão Erin foi o primeiro da temporada em agosto e chegou a alcançar a categoria 5. A tempestade passou pelas Ilhas Leeward e Cabo Verde, até se aproximar das costas dos Estados Unidos e Canadá. Ao menos 11 pessoas faleceram por causa do furacão, incluindo quatro crianças.
Em setembro, o furacão Gabrielle alcançou a categoria 4 e passou pelo Atlântico Central, Bermudas e Ilhas dos Açores, sem tocar em terra firma. Não houve o registro de mortes.
No final de setembro, o furacão Humberto alcançou a categoria 5 e o Imelda ficou na categoria 2. Eles circularam pela região das Bahamas, bermudas e costa leste dos EUA, sem avançar pela terra firme.
Eventualmente, os dois furacões se encontraram, formando um “efeito Fujiwara”, que é quando ciclones tropicais passam a interagir e girar em torno de um ponto comum. Ao menos cinco mortes foram registradas pela ação dos dois furacões.
Em maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos previu que a temporada de furacões no oceano Atlântico teria uma atividade acima do normal. Inicialmente, eram esperadas entre 13 e 19 tempestades nomeadas, dentre as quais, entre 6 e 10 poderiam se tornar furacões. Também era previsto entre 3 e 5 furacões com categorias acima de 3, ou seja, de grande intensidade.
Na época, essas projeções tinham 70% de confiança. Em agosto, a NOAA reforçou a sua estimativa, mas atualizou as suas previsões para entre 13 e 18 tempestades nomeadas, das quais 5 a 9 poderiam se tornar furacões, incluindo de 2 a 5 furacões de categorias acima de 3.
“A atividade de tempestades tropicais na bacia do Atlântico deve ser elevada devido a uma combinação de fatores, incluindo temperaturas da superfície do mar acima da média no Oceano Atlântico tropical e no Mar do Caribe, e uma monção ativa na África Ocidental”, escreveu a NOAA em comunicado oficial em agosto.