
Published
3 meses agoon
By
Um estudo da European Journal of Nutrition, publicado em abril deste ano, trouxe uma boa notícia para quem gosta de café. Componentes da bebida, como a cafeína, os polifenóis e a trigonelina, podem melhorar a força muscular, a cognição e as propriedades antioxidantes em pessoas da melhor idade. Estas substâncias poderiam também estar associadas a uma assimilação aprimorada da glicose.
A pesquisa realizou uma análise ao longo de sete anos e ouviu 1.161 adultos com 55 anos ou mais por meio do Estudo Longitudinal de Envelhecimento de Amsterdã (LASA, na sigla em inglês).
“O consumo de café pode promover um envelhecimento saudável, mas é importante que também exploremos outras intervenções alimentares para garantir que os idosos possam continuar a viver vidas plenas”, declarou Margreet R. Olthof, professora do Instituto de Pesquisa em Saúde Pública de Amsterdã e principal autora do estudo, ao site oficial da Vrije Universiteit Amsterdam.
Este é o primeiro trabalho do gênero a analisar a relação entre o consumo de café e seu efeito sobre a fragilidade em indivíduos mais velhos.
“Os resultados da pesquisa apoiam a ideia de que o consumo habitual de café, de moderado a alto, leva à redução da fraqueza, da perda de peso e da baixa atividade física, e portanto estaria associado à redução no risco de fragilidade”, afirmou Bini Suresh, porta-voz da British Dietetic Association (BDA) e nutricionista-chefe da Cleveland Clinic London, ao The Telegraph.
Outra boa notícia é que a tarefa de beber café não está entre as mais complicadas de cumprir. No Brasil, que teve o café como um de seus mais importantes produtos no período colonial – e segue como maior produtor do mundo até hoje –, a bebida só perde para a água entre as mais consumidas.
Os componentes exclusivos do café desempenham um papel importante como parte importante de uma dieta saudável à medida que você envelhece. O teor de cafeína seria um “antagonista ao receptor de adenosina”.
O café ajuda a reduzir a fadiga e levar a um estado de consciência mais alerta. Além disso, a cafeína melhora o movimento muscular, auxiliando na mobilidade e reduzindo a fraqueza.

Os polifenóis (que são compostos naturais das plantas) possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que previnem a perda muscular e o inchaço que aparece com a idade, auxiliando o organismo a funcionar melhor.
Já uma substância menos conhecida, a trigonelina, pode auxiliar na saúde cognitiva e melhorar a memória.
Embora o café tenha inúmeros benefícios, a pesquisa também indicou que existem limitações e que ele não pode substituir o exercício físico no combate à decadência física do envelhecimento.
Além disso, potenciais efeitos colaterais de um consumo excessivo, como os distúrbios do sono e alterações na frequência cardíaca, sugerem que devem ser considerados também alimentos alternativos ao café, como:
“Embora um estudo de sete anos ofereça credibilidade, há algumas limitações e ressalvas importantes a serem consideradas. Como o estudo é observacional, não podemos confirmar a relação de causa e efeito – as pessoas que bebem mais café podem adotar outros comportamentos que promovam a saúde”, declarou Suresh.
O estudo relacionou um consumo de até seis xícaras ao dia aos resultados positivos. Mas apesar disso, especialista alerta que passar de quatro ou cinco xícaras ao dia provavelmente colocaria a ingestão de cafeína acima do máximo diário recomendado, que é de 400mg.
Dell Stanford, nutricionista que presta consultoria sobre dieta, nutrição e saúde cardíaca para a British Heart Foundation, escreveu para o site da fundação que “a cafeína, encontrada no café, chá, bebidas energéticas e refrigerantes de cola, aumenta o estado de alerta em curto prazo”. Por outro lado, a sustância pode causar ansiedade, agitação e problemas de sono se consumido em excesso (mais de 400 mg por dia, o que equivale a cerca de 4 a 5 xícaras de café).
Exagerar pode levar algumas pessoas ao aumento da pressão arterial, insônia, palpitações e dores de cabeça, entre outros problemas de saúde.
Neste ano, o aumento dramático nos preços levou a uma queda no consumo de café no Brasil. Na comparação entre 2024 e o 2025, houve uma diminuição nas sacas vendidas em 5,13%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do café subiu 80% entre abril de 2024 e abril de 2025.
Eventos climáticos, o aumento do consumo no mundo e a entrada da China no mercado foram alguns dos responsáveis pelo aumento nos preços do café e na queda do consumo do produto no país, segundo a associação dos produtores do grão (ABIC).
Mesmo assim, o consumo no país deve se manter comparativamente alto, sendo registradas algumas quedas no preço até o fim do primeiro semestre de 2025. O Brasil é o maior produtor e um dos maiores mercado consumidores do mundo, ao lado dos EUA.