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Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,12% nesta sexta-feira (19), cotado a R$ 5,5289. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,35%, aos 158.473 pontos.
Os investidores voltaram as atenções para a divulgação de indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, o cenário político continuou em evidência, de olho nas eleições de 2026. A votação do Orçamento para o ano que vem também mexeu com o humor dos mercados.
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▶️ Nos EUA, as vendas de imóveis usados em novembro ficaram ligeiramente abaixo das expectativas. Já o índice de confiança do consumidor avançou em dezembro, mas permaneceu aquém das projeções dos analistas — sinal de que a confiança segue frágil.
🔎 Ambos os indicadores são relevantes, pois servem como termômetros do ritmo da economia norte-americana. Assim, contribuem para ajustar as expectativas em relação à trajetória da taxa básica de juros.
▶️ Em Brasília, o Congresso Nacional aprovou há pouco o Orçamento de 2026, com reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares e previsão de superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
▶️ Pela manhã, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit de US$ 4,943 bilhões nas transações correntes em novembro, resultado praticamente em linha com o que o mercado esperava. No entanto, em novembro do ano passado, o saldo negativo havia sido menor.
▶️ No campo político, pesquisa AtlasIntel divulgada na véspera mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente nas simulações para a eleição de 2026. O levantamento também indica desempenho de Flávio superior ao do governador paulista Tarcísio de Freitas no primeiro turno.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +2,19%;
Acumulado do mês: +3,63%;
Acumulado do ano: -10,53%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: -1,43%;
Acumulado do mês: -0,38%;
Acumulado do ano: +31,75%.
Investimentos no Brasil
O Brasil recebeu em novembro um volume de investimento estrangeiro direto acima do que o mercado previa. Com isso, o total acumulado no ano já ultrapassou a estimativa do Banco Central para 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.
O investimento direto — recursos aplicados por empresas estrangeiras na economia brasileira, como abertura de fábricas, ampliação de operações ou participação em companhias locais — somou US$ 9,820 bilhões em novembro.
👉 O valor ficou acima dos US$ 6,5 bilhões esperados por analistas consultados pela Reuters e também superou o registrado no mesmo mês de 2024, quando haviam entrado US$ 5,664 bilhões.
De janeiro a novembro, o ingresso desse tipo de capital alcançou US$ 84,164 bilhões, alta de 14% em relação ao mesmo período do ano passado.
O montante já supera a projeção do Banco Central para o ano inteiro, atualmente em US$ 75 bilhões — estimativa que havia sido revisada na véspera, após inicialmente prever US$ 70 bilhões.
Segundo o BC, a nova projeção equivale a entradas de investimento direto de cerca de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual está próximo da média registrada desde 2021 e levemente abaixo dos 3,7% observados na década anterior à pandemia.
No acumulado de 12 meses até novembro, porém, o investimento direto correspondeu a 3,76% do PIB. Esse volume foi suficiente para cobrir o déficit em conta corrente, que ficou em 3,47% do PIB. A conta corrente reúne todas as transações do país com o exterior, como comércio de bens, serviços, rendas e transferências.
Em novembro, o déficit em transações correntes foi de US$ 4,943 bilhões, resultado alinhado à expectativa do mercado, que apontava para um saldo negativo de US$ 4,95 bilhões. No mesmo mês de 2024, o déficit havia sido de US$ 4,418 bilhões.
Um dos componentes desse resultado foi a conta de renda primária, que inclui remessas de lucros, dividendos e pagamento de juros ao exterior. Em novembro, essa conta apresentou déficit de US$ 6,169 bilhões, maior do que o rombo de US$ 5,796 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.
A balança comercial — diferença entre exportações e importações de bens — teve superávit de US$ 5,119 bilhões em novembro, abaixo do saldo positivo de US$ 6,043 bilhões observado um ano antes.
Já a conta de serviços, que engloba gastos com viagens internacionais, transportes, seguros e serviços contratados no exterior, registrou déficit de US$ 4,454 bilhões, menor do que o resultado negativo de US$ 5,051 bilhões em novembro de 2024.
Agenda econômica
Venda de moradia nos EUA
As vendas de moradias usadas nos EUA cresceram em novembro, mas em ritmo um pouco menor do que o esperado pelo mercado.
Na comparação com outubro, houve alta de 0,5%, o que levou o volume anualizado — cálculo que ajusta os dados para efeitos sazonais, como feriados e variações ao longo do ano — para 4,13 milhões de unidades, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.
Analistas de mercado projetavam um avanço de 0,7%. Já na comparação com novembro do ano passado, as vendas recuaram 1,0%, indicando que o mercado imobiliário ainda enfrenta limitações no curto prazo.
Na avaliação dos analistas de mercado, o aumento das vendas pelo terceiro mês seguido está relacionado à redução das taxas de juros dos financiamentos imobiliários observada nos últimos meses.
👉 Juros mais baixos tendem a facilitar o acesso ao crédito e estimular a compra de imóveis.
Por outro lado, a oferta de imóveis disponíveis para venda começa a perder fôlego. Analistas apontam que o estoque cresce a um ritmo mais lento, já que há poucos imóveis em situação de dificuldade financeira no mercado e os proprietários mantêm níveis elevados de patrimônio imobiliário.
Confiança dos consumidores dos EUA
A confiança dos consumidores nos EUA apresentou melhora em dezembro, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira pela Universidade de Michigan.
O índice geral subiu para 52,9, após marcar 51 em novembro. Ainda assim, o resultado ficou abaixo da expectativa de parte do mercado, que projetava 53,5.
O indicador reúne a avaliação das famílias sobre a situação econômica do país e suas perspectivas para os próximos meses. Dentro desse índice, a percepção sobre as condições atuais da economia recuou levemente, passando de 51,1 em novembro para 50,4 em dezembro.
Já o índice de expectativas, que reflete como os consumidores veem o futuro da economia, avançou de 51 para 54,6 no mesmo período.
As expectativas de inflação — ou seja, quanto os consumidores acreditam que os preços vão subir — também apresentaram recuo. Para os próximos 12 meses, a projeção caiu de 4,5% para 4,2%, na quarta queda mensal consecutiva e no menor nível em 11 meses.
Apesar da melhora, essa expectativa segue acima do patamar observado em janeiro, quando estava em 3,3%.
No horizonte de cinco anos, a inflação esperada recuou de 3,4% para 3,2%, voltando ao mesmo nível registrado em janeiro de 2025, de acordo com a Universidade de Michigan.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street avançaram nesta sexta-feira, com as ações de tecnologia ampliando sua recuperação após liquidação nesta semana. Enquanto isso, a Nike foi destaque negativo: as ações derreteram após a empresa reportar fraqueza de vendas na China.
O Dow Jones Industrial Average subiu 0,38%, aos 48.134,89 pontos, o S&P 500 avançou 0,89%, aos 6.834,78 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 1,31%, aos 23.307,62 pontos.
Enquanto isso, as bolsas europeias fecharam em alta, atingindo níveis recordes. O movimento foi impulsionado pelo otimismo dos investidores nos últimos dias de negociação do ano, com destaque para os setores de defesa e bancos.
Ontem, vários bancos centrais divulgaram suas decisões: o Banco da Inglaterra reduziu a taxa básica em 0,25 ponto, enquanto BCE, Norges Bank e Riksbank mantiveram os juros. O BCE também revisou para cima as projeções de crescimento da zona do euro, indicando expansão de até 1,4% em 2025.
No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 subiu 0,4%, a 587,50 pontos, acumulando alta semanal de 1,7%. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,61%, a 9.897 pontos; em Frankfurt, o DAX ganhou 0,37%, a 24.288 pontos; e em Paris, o CAC 40 ficou praticamente estável, com leve alta de 0,01%, a 8.151 pontos.
Em Milão, o Ftse/Mib subiu 0,66%, a 44.757 pontos; Madri registrou alta de 0,22%, a 17.169 pontos; e Lisboa liderou os ganhos, com avanço de 1,03%, a 8.211 pontos.
Já as bolsas asiáticas fecharam em alta, embora tenham encerrado a semana praticamente estáveis.
Investidores mantiveram cautela diante da falta de novos sinais corporativos, enquanto ações de Hong Kong acumularam queda semanal.
O setor de tecnologia ficou no radar após notícias sobre possível liberação de chips avançados da Nvidia para a China, mas os movimentos foram contidos.
No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,36%, a 3.890 pontos, e o CSI300 avançou 0,34%, a 4.568 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,75%, a 25.690 pontos.
Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 1%, a 49.507 pontos. Outros mercados também fecharam positivos: Seul (+0,65%), Taiwan (+0,83%) e Cingapura (+0,18%).
Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo
Jornal Nacional/ Reprodução