Economia
Dólar sobe e fecha a R$ 5,42 de olho na prévia do PIB e à espera de novos dados; Ibovespa avança
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9 horas agoon
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Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,23% nesta segunda-feira (15), negociado a R$ 5,4228. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 1,07%, aos 162.482 pontos.
Os investidores acompanharam indicadores para calibrar as expectativas sobre as próximas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Ao longo do dia, ganharam destaque dados locais, além de projeções e declarações do banco central norte-americano.
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▶️ No Brasil, o principal indicador desta segunda-feira foi o IBC-Br. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador caiu 0,2% em outubro frente a setembro, resultado próximo ao esperado pelo mercado, que projetava recuo de 0,3%.
▶️ Mais cedo, o Banco Central também publicou o boletim Focus, que reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras. O relatório apontou nova redução nas expectativas de inflação para 2025 e 2026, marcando o quinto e o quarto recuos consecutivos, respectivamente.
🔎 Os dados impulsionaram o Ibovespa, enquanto investidores alimentam a expectativa por corte na taxa básica de juros do Brasil no ano que vem.
▶️ Nos EUA, os investidores acompanharam o Índice Empire Manufacturing, que mede a atividade industrial em dezembro. Além disso, reagiram a discursos de dirigentes do Federal Reserve. John Williams, presidente do Fed em Nova York, afirmou que a política monetária “está em boa posição”.
▶️ O mercado também aguarda indicadores econômicos americanos importantes ao longo da semana, como o relatório de emprego (Payroll), nesta terça-feira, e o índice de preços ao consumidor (CPI), na quinta.
▶️ Nos negócios, destaque para a queda de 20,75% nas ações da Azul (AZUL4), após a empresa anunciar, na sexta-feira (12) que a Justiça dos EUA aprovou seu plano de recuperação judicial. A expectativa da companhia é que a conclusão do processo ocorra em 2026.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,23%;
Acumulado do mês: +1,64%;
Acumulado do ano: -12,25%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +1,07%;
Acumulado do mês: +2,14%;
Acumulado do ano: +35,08%.
Agenda econômica
Prévia do PIB
A economia brasileira começou o quarto trimestre com um sinal de fraqueza inesperado em outubro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. O resultado reforça a percepção de desaceleração da atividade em um cenário de juros elevados, mantidos para conter a inflação.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) — indicador usado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) — recuou 0,2% em outubro na comparação com setembro, já com ajuste sazonal, que elimina efeitos típicos do período.
Foi o segundo mês seguido de queda, após recuo de 0,19% em setembro, dado que havia sido revisado pelo Banco Central.
O resultado contrariou as expectativas do mercado: economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,1% no mês.
Na abertura dos dados, apenas a agropecuária apresentou desempenho positivo em outubro, com crescimento de 3,1% em relação a setembro. A indústria teve queda de 0,7%, enquanto o setor de serviços recuou 0,2%. Sem considerar a agropecuária, o IBC-Br mostrou retração de 0,3%.
Esses números contrastam com indicadores divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo mês, as vendas do varejo avançaram 0,5% frente a setembro, contrariando as previsões de queda e alcançando o maior nível em sete meses.
A produção industrial também cresceu, embora de forma modesta, com alta de 0,1%, enquanto o volume de serviços subiu 0,3%, resultado um pouco acima do esperado.
Na comparação com outubro do ano passado, o IBC-Br registrou crescimento de 0,4%. No acumulado de 12 meses, o indicador aponta expansão de 2,5%, segundo dados sem ajuste sazonal.
O desempenho mais fraco da atividade já vinha sendo sinalizado pelo PIB. No terceiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,1%, o ritmo mais lento desde a retração de 0,1% registrada no fim de 2024.
Na semana passada, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano e não indicou quando poderá iniciar um ciclo de cortes, afirmando que a manutenção dos juros elevados por um período prolongado é necessária para trazer a inflação de volta à meta.
As projeções mais recentes do boletim Focus, divulgado pelo próprio Banco Central, indicam que o mercado espera crescimento de 2,25% do PIB em 2025 e de 1,80% em 2026.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro reduziram as expectativas de inflação para os próximos anos, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. O relatório reúne projeções de mais de 100 instituições financeiras e funciona como um termômetro das expectativas do mercado.
Para 2025, a estimativa de inflação caiu de 4,40% para 4,36%, marcando a quinta redução consecutiva. Em 2026, a projeção recuou de 4,16% para 4,10%, no quarto corte seguido. As previsões para os anos seguintes permaneceram estáveis: 3,80% em 2027 e 3,50% em 2028.
As expectativas para o crescimento da economia brasileira, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), não foram alteradas. O mercado segue projetando alta de 2,25% em 2025 e de 1,80% em 2026.
Em relação aos juros, a estimativa para a taxa Selic — principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação — foi mantida em 15% ao ano no fim de 2025, nível atual da taxa básica. Para 2026, houve leve ajuste para baixo, de 12,25% para 12,13% ao ano.
No câmbio, as projeções também ficaram estáveis. O mercado espera que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,40 e 2026 a R$ 5,50.
Discursos do Fed
O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, afirmou nesta segunda-feira que o corte da taxa de juros do banco central dos EUA na semana passada deixa a instituição em uma boa posição para lidar com o que está por vir.
Segundo ele, a inflação segue moderada, enquanto o mercado de trabalho dá sinais de esfriamento.
“A política monetária está bem posicionada à medida que nos aproximamos de 2026”, disse Williams em um evento realizado pela Associação de Banqueiros de Nova Jersey, em Jersey City.
Com o corte de 0,25 ponto percentual nos juros básicos dos EUA, o Comitê Federal de Mercado Aberto, que estabelece as taxas, “moveu a postura modestamente restritiva da política monetária em direção à neutralidade”, acrescentou.
Williams afirmou que é “imperativo” levar a inflação de volta a 2% e, ao mesmo tempo, não “criar riscos indevidos” para o mercado de trabalho.
“Minha avaliação é que, nos últimos meses, os riscos negativos para o emprego aumentaram com o esfriamento do mercado de trabalho, enquanto os riscos positivos para a inflação diminuíram um pouco.”
Stephen Miran, diretor do Fed indicado recentemente pelo presidente Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que as compras anteriores de títulos hipotecários pelo banco central dos EUA provavelmente agravaram os problemas de acesso à moradia ao injetar excesso de crédito no mercado imobiliário.
“O Fed possui muitas hipotecas”, disse Miran, referindo-se aos pouco mais de US$ 2 trilhões em títulos hipotecários acumulados em rodadas de afrouxamento quantitativo para manter baixas as taxas de juros de longo prazo.
“O fato de possuirmos muitas hipotecas injetou muito crédito no mercado imobiliário. Não há dúvida de que há uma relação entre as escolhas feitas pelo Federal Reserve e alguns dos problemas de acessibilidade que os norte-americanos estão enfrentando”, concluiu.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta segunda-feira, pressionados pelo recuo no setor de tecnologia, enquanto investidores aguardam o relatório de emprego (Payroll) desta terça-feira.
O Dow Jones recuou 0,09%, aos 48.416,74 pontos, o S&P 500 caiu 0,16%, aos 6.816,52 pontos, e o Nasdaq Composite teve perdas de 0,59%, aos 23.057,41 pontos.
As bolsas europeias fecharam em alta, acompanhando o movimento positivo nos EUA e deixando para trás a cautela da semana passada.
O avanço foi sustentado pela expectativa de decisões importantes de bancos centrais e pela recuperação do apetite por risco, com destaque para setores como bancos e mineração.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,82%, em 582,97 pontos, ficando perto de uma máxima histórica.
Entre os principais mercados, o DAX da Alemanha avançou 0,18%, o FTSE 100 do Reino Unido ganhou 1,06%, o CAC 40 da França subiu 0,70% e o FTSE MIB da Itália teve alta de 1,39%.
Já os mercados asiáticos fecharam em queda nesta segunda-feira, pressionados por dados fracos da economia chinesa e pelo aumento das preocupações com o setor imobiliário.
Além disso, indicadores mostraram desaceleração na produção industrial, vendas no varejo e novos empréstimos.
No fechamento, o Nikkei do Japão caiu 1,3%, a 50.168 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,34%, a 25.628 pontos, enquanto em Xangai o SSEC perdeu 0,55%, a 3.867 pontos, e o CSI300 caiu 0,63%, a 4.552 pontos.
Outros mercados também tiveram baixa: Seul (-1,84%), Taiwan (-1,17%) e Cingapura (-0,10%).
Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
*Com informações da agência de notícias Reuters
