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Primeiro suplente da federação Psol-Rede, o presidente nacional do CNPq, Ricardo Galvão (Rede-SP), disse nesta terça-feira (21) que ainda não sabe se assumirá a vaga na Câmara deixada pelo novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol-SP). O professor e pesquisador afirmou que a decisão depende de acertos partidários e será tomada em conjunto com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).
“A minha situação ainda está indefinida”, disse o professor ao Valor. “Está em compasso de espera.” Galvão afirmou que se reunirá amanhã com Marina Silva para analisar qual é a melhor decisão para seu grupo político. O presidente do CNPq é muito próximo da ministra do Meio Ambiente e ambos avaliam deixar o Rede, em meio a embates com dirigentes do partido.
O pesquisador afirmou que ainda aguarda a orientação da federação sobre a vaga na Câmara. Boulos foi anunciado na noite de segunda-feira como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, licenciou-se do mandato e sua nomeação foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.
Ao falar sobre quem ficará no lugar de Boulos, Galvão disse ter sido informado que a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, poderia voltar para a Câmara depois da COP-30, ainda neste ano. “Ela ficaria com a vaga de Boulos”, afirmou o professor sobre Sonia, que foi eleita deputada federal em 2022 pelo Psol. No entanto, se a ministra reassumir o mandato parlamentar, quem deixará a Câmara é a sua suplente, deputada Luciene Cavalcante (Psol). A vaga de Boulos não poderia ser ocupada pela ministra.
Sonia Guajajara afirmou, por meio de sua assessoria, que sairá do ministério “no prazo que a legislação eleitoral exige para a descompatibilização”, seis meses antes da eleição, para tentar um novo mandato de deputada federal. O Psol reforçou que a ministra só deixará o cargo no próximo ano, para disputar a Câmara.
Galvão disse que se for para a Câmara, terá como pautas a questão climática, ciência e tecnologia e educação, dará sequência às pautas do mandato de Boulos e tentará um novo mandato em 2026. O pesquisador, no entanto, afirmou que avalia continuar na presidência do CNPq. Nesse caso, ficará no cargo até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2026, e não disputará as eleições.
Um dos principais cientistas brasileiros e professor titular aposentado do Instituto de Física da USP, Galvão foi exonerado do cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019. O pesquisador teve um embate com Bolsonaro depois de o então presidente acusar o Inpe de “dados mentirosos” sobre o desmatamento no país.