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Das grandes redes de lojas aos pequenos negócios de bairro, o setor do comércio está no centro da revolução digital provocada pelas novas tecnologias. Os caminhos da inovação levam a uma nova relação com o cliente, mais próxima e direta, que valoriza suas preferências e oferece soluções eficientes para suas demandas.
Com o objetivo de debater as tendências da era digital e os cenários para o futuro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com Sesc e Senac, reuniu grandes nomes da tecnologia e líderes do setor terciário no Tech Day 2025, o I Congresso Nacional de Tecnologia do Varejo.
Em mensagem de vídeo enviada para a abertura do encontro, realizado no Condomínio Sesc-Senac, na Barra da Tijuca, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou a oportunidade de “refletir sobre como essas inovações podem fortalecer a competitividade e a sustentabilidade dos nossos negócios”: “A CNC acredita que a tecnologia e a inovação são um caminho essencial para gerar valor para a sociedade, para as empresas e para os trabalhadores.”
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A CNC acredita que a tecnologia e a inovação são um caminho essencial para gerar valor para a sociedade, para as empresas e para os trabalhadores
— JOSÉ ROBERTO TADROS, presidente da CNC
Diretor de Tecnologia e Inovação da CNC, Maurício Ogawa ressaltou o compromisso da Confederação com o futuro do setor terciário: “Mais do que acompanhar as transformações digitais, queremos liderá-las, e isso só é possível com diálogo, colaboração e abertura para novas ideias. A CNC busca integrar tecnologia, qualificação profissional e defesa de interesses em prol do desenvolvimento do setor.”
Ogawa participou do primeiro painel, ao lado do gerente de Relações Institucionais e Governamentais do iFood, Lucas Piton, que comentou como a tecnologia ajuda a processar e atender 120 milhões de pedidos por mês. Um único pedido, explicou, ativa mais de 160 ferramentas de inteligência artificial (IA), do prazo de entrega ao reconhecimento facial do entregador. Em outra ponta, a IA permite oferecer ao cliente opções de encomendas ao identificar se ele está, por exemplo, em viagem de trabalho ou em casacom a família. “Dizem que dados são o novo petróleo, mas a verdade é que o valor está no que fazemos com a informação. O que muda é a capacidade de transformar o dado em combustível para a decisão e para a inovação”, afirmou Piton, que anunciou planos de fortalecer a parceria do iFood com Sesc e Senac, para educação e bem-estar de entregadores e suas famílias.
A importância de captar e utilizar dados para estreitar a relação com o cliente e apresentar opções de seu interesse também estiveram em debate no painel que reuniu Magalu e Americanas, duas gigantes do varejo nacional. “Quando o cliente navega no site ou no app, por exemplo, é ouro para a gente. Sabemos o que ele está pesquisando. Até o que ele não comprou é uma informação riquíssima”, comentou Edu Fullen, CIO da Americanas.
Dizem que dados são o novo petróleo, mas a verdade é que o valor está no que fazemos com a informação. O que muda é a capacidade de transformar o dado em combustível para a decisão e para a inovação
— LUCAS PITON, gerente de Relações Internacionais e Governamentais do iFood
Diretor de Maketplace da Magalu, Kael Lourenço afirmou que duas em cada três vendas da rede são feitas on-line, o que não tira a importânciadas lojas físicas. “A loja física tem papel fundamental como centro da estratégia, por isso fazemos a conexão entre a loja física e o comércio eletrônico. É importante ter a loja bem arrumada, receber o cliente com um sorriso no rosto”, afirmou Lourenço no painel mediado por Elvira Martinez, gerente de Tecnologia da Informação do Sesc.
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Outro ponto bastante debatido no encontro foi a importância da transformação digital como um valor de toda a empresa e não apenas uma “novidade” restrita à área de tecnologia da informação (TI) ou do marketing. No painel sobre tecnologia como impulsionadora de produtividade, a líder de Soluções em IA da Microsoft Brasil, Paula Mota, citou dados do Work Trend Index 2025: 82% dos líderes empresariais esperam usar agentes de IA nos próximos 12 a 18 meses. “Temos um grande boom de IA, e ao mesmo tempo surgem dúvidas sobre responsabilidades, cobranças, segurança. Mas não se trata de aplicar a IA de maneira isolada, é preciso aprimorar as ferramentas que já fazem parte da nossa rotina”, disse.
Para a diretora de Novos Negócios da TOTVS, Fernanda Mariano, IA sem interação humana não tem valor: “Inovar não é apenas usar a IA . É colocar o cliente no centro, oferecendo a melhor experiência de forma eficiente. É importante replicar a cultura na empresa.”
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No painel “Inteligência Artificial e Dados como Vantagem Competitiva”, a mediadora Lilian Dutra, do Núcleo de Inovação da CNC, conversou com Mayra Villas Boas, head de IA da Stone, e Marcelo Pereira, diretor comercial da Dell. “Tem que ter dados do cliente estruturados, organizados e acessíveis: o que ele comprou, do que gostou, o histórico da jornada do cliente — afirmou Mayra, que ressaltou a importância da capacitação das equipes para usar a IA de forma estratégica.
O CNC Tech Day fez parte da Semana do Comércio 2025, que aconteceu entre 27 e 31 de outubro, compartilhando boas práticas e soluções para fortalecer federações e sindicatos em todo o país.
Assista à íntegra do evento aqui.