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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu em suas contas bancárias R$ 30 milhões entre 1 de março de 2023 e 7 de fevereiro de 2024, segundo relatório de inteligência financeira feito pela Polícia Federal (PF).
De acordo com o levantamento, a maior parte dos valores foi movimentado por meio de Pix: foram registrados 1.214.254 lançamentos, que somaram mais de R$ 19 milhões. “No período de 01/03/2023 a 07/02/2024, foram movimentados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos”, diz a PF no relatório.
De dezembro de 2024 a junho de 2025, a PF também identificou um grande número de movimentações: o ex-presidente recebeu R$ 11 milhões. Durante esse período, ele fez uma transferência de R$ 2 milhões ao seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). À época, o parlamentar já estava nos Estados Unidos e o ex-presidente disse que o recurso era fruto da campanha promovida por apoiadores para ajudá-lo a pagar despesas judiciais.
Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, também recebeu R$ 2 milhões. Os advogados que defendem o ex-presidente também receberam transferências de grande valor, diz a PF.
Com base em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram identificadas quatro operações financeiras suspeitas. Segundo a PF, há “indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos penais”. As operações suspeitas teriam ocorrido entre março de 2023 e junho deste ano.
Na quarta (20), em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF disse que a transferência de R$ 2 milhões feita para Michelle teve como objetivo resguardar o patrimônio do ex-presidente diante da possibilidade de bloqueio judicial.
A transferência ocorreu em fevereiro do ano passado, um dia antes de Bolsonaro prestar esclarecimentos em um inquérito sobre tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro teria atuado para “se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata”, disse a PF no relatório enviado ao STF.
O Valor entrou em contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não obteve resposta