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Criados em 2021, os Fiagros passaram por um período de maturação até atingirem a estrutura definitiva que hoje busca oferecer maior segurança jurídica e flexibilidade para investidores e gestores. Segundo especialistas, o novo marco regulatório representa uma virada de chave para a expansão da indústria.
“Com a nova resolução, os Fiagros ganham um ambiente regulatório robusto e mais moderno. É um passo essencial para ampliar o acesso do mercado de capitais ao agronegócio, um dos setores mais dinâmicos e resilientes da nossa economia”, afirma o sócio e diretor da Devant Asset Christiano Moreira, que é gestor do Fiagro DCRA11.
Nova geração de Fiagros traz diversificação e liberdade de alocação
Uma das principais inovações da Resolução CVM nº 214/24 foi a criação do Fiagro Multimercado, que permite a combinação de diferentes classes de ativos vinculados à cadeia produtiva do agronegócio.
Na prática, os fundos poderão investir simultaneamente em créditos de carbono e CBIOs, direitos creditórios (CPRs e CRAs), imóveis rurais e urbanos, participações em empresas do setor e títulos de crédito privado, além de operações estruturadas com governança ESG.
“Essa flexibilidade oferece ao gestor condições de ajustar a carteira conforme o ciclo econômico e as necessidades do setor. É uma evolução natural, que torna o Fiagro ainda mais eficiente na diversificação de riscos e na geração de valor para os cotistas”, explica Moreira.
Atratividade para pessoas físicas e investidores institucionais
Além da versatilidade, os Fiagros seguem oferecendo benefícios fiscais relevantes. Pessoas físicas continuam isentas do Imposto de Renda sobre os rendimentos distribuídos, o que tem estimulado o crescimento da base de investidores.
Para o público institucional, a Resolução do Conselho Monetário nacional (CMN) 5.148, de junho de 2024 abriu novas possibilidades ao autorizar fundos de pensão e investidores de longo prazo a alocar recursos em Fiagros e ativos sustentáveis.
“Estamos vendo uma convergência entre o mercado financeiro e o setor produtivo. A entrada dos investidores institucionais vai trazer escala e estabilidade para esse mercado, criando um círculo virtuoso de financiamento para o agro”, observa o gestor.
Fiagros sustentáveis e a valorização do crédito de carbono
O avanço regulatório também posiciona os Fiagros no centro da agenda de sustentabilidade. A nova norma reconhece o crédito de carbono do agronegócio como ativo financeiro, permitindo a criação de fundos verdes voltados à mitigação de impactos ambientais.
“Essa mudança é simbólica: o agronegócio deixa de ser visto apenas como emissor e passa a ser reconhecido como parte ativa da solução climática. Os Fiagros verdes serão protagonistas nesse movimento”, destaca Moreira.
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima, o patrimônio líquido da indústria de Fiagros ultrapassou R$ 40 bilhões em 2024. Com a nova regulação em vigor e o prazo de adaptação até setembro de 2025, o mercado se prepara para uma nova onda de emissões e captação de recursos, especialmente com a entrada de novos players institucionais.
“Estamos apenas no começo de uma fase de crescimento acelerado. O Fiagro tem potencial para se tornar o principal elo entre o capital financeiro e o setor agroindustrial brasileiro”, conclui Christiano Moreira.