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O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, endureceu as críticas contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quinta-feira (16), ao participar da abertura do 16º Congresso do PCdoB, em Brasília. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Edinho acusou o chefe da Casa Branca de ameaçar a América do Sul e a Venezuela, o que ele classificou como inaceitável. Na avaliação do petista, Trump está praticando execuções contra venezuelanos no Mar do Caribe.
“Nós estamos vendo as ofensivas que o Brasil tem sofrido por meio do governo Trump e estamos vendo as ameaças que a América do Sul tem sofrido, que a América Latina tem sofrido. É inaceitável, por exemplo, as ameaças que foram dadas ontem contra o governo da Venezuela, contra o povo venezuelano. É inaceitável, é inaceitável a execução de cidadãos venezuelanos sem qualquer processo legal que caracterize a atividade criminosa, sem qualquer processo, inclusive do direito ao contraditório. E quando não tem direito ao contraditório. Isso se chama execução. Isso é crime internacional”, disse.
As críticas de Edinho Silva fazem referência ao aumento de tensões no Caribe, depois que Trump decidiu enviar cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais para águas internacionais na região da Venezuela. Trump tem usado o combate ao narcotráfico na América Latina como justificativa para promover essa movimentação militar no Caribe.
Filiada ao PCdoB, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, reforçou o discurso do presidente do PT. “Nós estamos sob ataque de um país que se julga o dono do mundo. Devemos manifestar, diante da situação que temos assistido nas últimas horas, que precipita cada vez mais um clima de guerra na região do Caribe e da América Latina, o nosso repúdio veemente às ameaças diretas e as ingerências realizadas contra o irmão povo da Venezuela”, disse a ministra.
Os discursos foram feitos no mesmo dia em que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington (EUA), para dar início às negociações em torno do tarifaço e das sanções contra autoridades brasileiras.
O chanceler disse que, na reunião, foi reiterada a posição brasileira sobre a necessidade de reversão de medidas adotadas pelos Estados Unidos a partir de julho. Como mostrou o Valor, entre as prioridades do Brasil, estão a de negociar a sobretaxa de 40% aos produtos brasileiros e as sanções às autoridades pela aplicação da Lei Magnitsky, que foi utilizada pelo Departamento de Estado contra autoridades.
Foram alvos dessa legislação, por exemplo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a esposa dele, Viviane Barci. Os sancionados pela Lei Magnitsky não podem, na prática, viajar aos Estados Unidos nem fazer transações econômicas com empresas americanas. A norma é aplicada contra indivíduos estrangeiros com histórico de corrupção ou abusos de direitos humanos.
Na declaração após o encontro, Vieira reiterou o esforço de promover um encontro entre Lula e Trump. O chanceler, no entanto, disse que ainda não há uma data definida, e que isso está sendo trabalho. A expectativa, de acordo com Vieira, é que a reunião ocorra “em breve”.
Mauro Vieira foi um dos nomes escalados por Lula para liderar as conversas com o governo de Donald Trump. Além dele, também foram destacados o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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