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A Elo começou a operar no mercado de créditos de carbono com ativos tokenizados gerados a partir de projetos de preservação florestal na Amazônia. Os créditos são comercializados pela Elo Eco, plataforma da empresa que utiliza tecnologia blockchain. A iniciativa faz parte da estratégia da Elo de acelerar sua agenda ESG e diversificar receitas.
A plataforma replica a lógica dos arranjos de pagamento, aproximando compradores e vendedores de créditos do acompanhamento completo do ativo — desde o projeto de origem até a comercialização, incluindo etapas de validação jurídica, compliance e governança.
“O nosso DNA é sempre aproximar o comprador do vendedor. Quando a gente começou a entender um pouquinho o contexto da compensação de créditos de carbono, a gente viu que tinha uma necessidade do mercado de também organizar melhor essa estrutura de compras e vendas de créditos de carbono”, explica Eduardo Merighi, vice-presidente de tecnologia da Elo.
O sistema foi projetado para atender tanto empresas que buscam compensar emissões quanto instituições interessadas em incluir créditos de carbono em seus portfólios, embarcando a plataforma — uma solução que, neste início, tem sido mais procurada por instituições financeiras, mas que não se limita a elas.
Nessa fase inicial, a Elo firmou parceria com os desenvolvedores BR Carbon e Canopee, responsáveis por projetos certificados na Amazônia, e mantém negociações com outros parceiros em processo de homologação. Cada crédito equivale à remoção ou não emissão de uma tonelada de CO2 da atmosfera.
Os ativos passam por um processo de diligência que inclui a avaliação de certificadoras, padrões de mercado e um sistema próprio de classificação, voltado a conferir maior confiabilidade às transações. Com isso, a Elo consegue atribuir ratings aos créditos, de forma semelhante ao que ocorre com investimentos.
“A gente partiu de algumas premissas de projetos que já no nascedouro tivessem uma boa qualidade. A gente olhou as certificadoras — as de ponta — standards, ratings. Então a gente tem um filtro de aceite de projetos”, diz Andréia El Haber Limão, superintendente de sustentabilidade da Elo.
A operação com créditos de carbono é a primeira comercialização da Elo em blockchain, embora a companhia já tenha conduzido testes com a tecnologia em outras frentes, como o piloto do Drex, do Banco Central (BC), e um projeto de pagamentos offline realizado com a Caixa Econômica Federal.
A Elo prevê viabilizar 150 projetos até 2030, tokenizando aproximadamente 70 milhões de toneladas de CO2 por ano. A estimativa da empresa é movimentar mais de R$ 25 bilhões em créditos até o fim da década — inclusive para o exterior, diante da crescente demanda global por compensação de carbono.
“A gente sabe que existe uma demanda global muito grande relacionada à compensação de carbono e que o Brasil, nesse sentido, se coloca realmente numa posição privilegiada no sentido de geração de créditos para serem compensados”, diz Merighi.
A longo prazo, a Elo pretende expandir o uso da plataforma para a tokenização de outros tipos de ativos, como financiamentos, imóveis e investimentos. “Essa é uma plataforma que, no final das contas, tokeniza ativos. A gente começou com os ativos de crédito de carbono justamente pela questão da sustentabilidade, que é um tema bastante importante aqui para a Elo”, diz Merighi. “No nosso ‘roadmap’, ainda sem data planejada, a gente imagina que possa tokenizar outros ativos.”
A Elo tem seguido o movimento de outras empresas do setor, posicionando-se como empresa de tecnologia para meios de pagamento e valores agregados, em vez de apenas arranjo de cartões.
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