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1 mês agoon
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Israel informou, nesta segunda-feira, que 171 ativistas da flotilha de ajuda a Gaza, incluindo a ativista Greta Thunberg, foram deportados para a Grécia e a Eslováquia.
Ativistas que participaram da flotilha e já haviam sido deportados afirmam ter sido submetidos a condições desumanas pelas forças israelenses durante a detenção.
Alguns relataram privação de sono, falta de água e comida, além de agressões físicas, como socos, chutes e confinamento em uma jaula, segundo um comunicado do grupo que os representa. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel rejeitou as acusações.
Ativistas espanhóis também denunciaram maus-tratos ao chegarem à Espanha na noite de domingo.
“Eles nos bateram, nos arrastaram pelo chão, vendaram nossos olhos, amarraram nossas mãos e pés, nos colocaram em gaiolas e nos insultaram”, disse o advogado Rafael Borrego a repórteres no aeroporto de Madri.
Ativistas suecos afirmaram no sábado que Greta Thunberg foi empurrada e forçada a usar uma bandeira de Israel durante a detenção, enquanto outros disseram que tiveram comida e água negadas, além de medicação e pertences confiscados.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel descreveu como “mentiras completas” os relatos generalizados de maus-tratos após a interceptação da flotilha. Um porta-voz disse à Reuters, durante o fim de semana, que todos os detidos tiveram acesso a água, comida e banheiros, acrescentando que “não foram privados de acesso a advogados e todos os seus direitos legais foram plenamente respeitados.”
O ministério também informou que uma detenta espanhola mordeu uma profissional de saúde na prisão de Ketziot durante um exame de rotina antes da deportação, causando ferimentos leves tratados no local.
No domingo, a Embaixada da Suíça em Tel Aviv visitou os dez cidadãos suíços ainda presos e declarou que todos estavam “em relativamente boa saúde, dadas as circunstâncias.” A embaixada afirmou estar fazendo tudo o possível para garantir seu retorno rápido.
A ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau, que também estava na flotilha, disse que houve maus-tratos, mas que isso “não se compara ao que o povo palestino sofre todos os dias.”
Os jornalistas espanhóis Carlos de Barron e Néstor Prieto afirmaram que as autoridades israelenses assinaram em nome dos ativistas deportados uma declaração afirmando que eles haviam entrado ilegalmente em Israel.
“Eles colocaram documentos em hebraico diante de nós, sem permitir um tradutor, e não recebemos assistência consular, porque não deixaram o cônsul espanhol entrar no porto de Ashdod”, disse Prieto.
Equipes consulares visitaram os ativistas nas prisões, segundo declarações de vários países cujos cidadãos foram detidos. Mais ativistas devem ser libertados nesta segunda-feira e enviados a Atenas.
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