Published
1 mês agoon
By
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), elevou o tom e saiu em defesa da capital Belém, nesta quinta-feira (2), ao comentar as críticas recebidas pela cidade paraense nos preparativos para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a chamada COP30. Para Helder, as avaliações negativas feitas sobre Belém são fruto de “preconceito” contra o povo da região Norte. Além disso, o governador acusou os “diplomatas” da Organização das Nações Unidas (ONU) de quererem “luxo”.
“Muita gente, por preconceito conosco, o povo do Norte, não acreditava que seríamos capazes de fazer a COP. Não vamos entrar na conversa dos preconceituosos que acham que o Pará não pode ser destaque na Amazônia. Não temos os prédios de Dubai, mas temos as florestas da Amazônia. Não podemos oferecer o luxo que os diplomatas querem, mas oferecemos a legitimidade do povo da Amazônia. E que eles vêm pra cá não para nos apontar o dedo, mas para dizer o que querem fazer, de fato, para financiar o clima e o desenvolvimento da Amazônia”, disse o governador.
Tratado como um dos principais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2026, Barbalho falou sobre o assunto ao participar de evento do governo federal para a inauguração do Parque Linear da Nova Doca, justamente em Belém. A obra é um dos empreendimentos construídos como parte da infraestrutura da COP. Por conta disso, Helder aproveitou a cerimônia para elogiar Lula. Segundo o governador, o presidente da República foi o responsável por barrar a pressão pela mudança de sede.
“Quero lhe agradecer, presidente. Se essa COP não saiu de Belém, eu devo a uma pessoa. Eu sei o quanto a ONU o tentou constranger porque acham que é impossível a Amazônia sediar o maior evento climático do planeta, mas o senhor foi resiliente, corajoso e acreditou que a parceria entre o governo federal, o governo do Estado e da Prefeitura de Belém seria capaz de fazer com que o planejamento saísse do papel”, emendou.
Em seguida, Helder deu a entender que as pressões buscavam levar a COP para São Paulo ou Rio de Janeiro. “Você, presidente Lula, foi fundamental para que a COP acontecesse em Belém, não foi fácil essa tomada de decisão. O mundo está acostumado a decisões previsíveis, decisões dentro da lógica do senso comum. Normalmente, teríamos a COP em São Paulo ou no Rio de Janeiro, mas graças a sua visão e coragem [teremos a COP em Belém]. [Sua visão] de compreender que, para discutir o meio ambiente, precisa colocar o pé na floresta amazônica”, concluiu.
Segundo Lula, o preconceito contra a capital paraense foi “vencido”. Neste sentido, o presidente reforçou que a cúpula climática não está sendo organizada para ter “luxo”, mas para mostrar ao mundo como está a Amazônia.
“O preconceito é uma coisa muito difícil de se vencer. Quando a gente decidiu que ia bancar Belém, eu já sabia do preconceito. Por que fazer investimento no Pará, se São Paulo e Rio de Janeiro já têm a cadeia de hotéis que os turistas precisam? Tomei a decisão porque a COP não é desfile de moda, esta COP vai ser diferente”, ponderou Lula.
“Eu quero que o mundo conheça a Amazônia, eu quero que as pessoas conheçam nossos rios. [A Amazônia] não é um mundo de árvores apenas, tem 30 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, tem gente que quer trabalhar. Se eles [europeus] querem a floresta em pé, eles que ajudem a manter o pulmão do mundo”, emendou.
Em seguida, o presidente rebateu uma das principais críticas feitas à capital do Pará: o preço das hospedagens. “Começaram a falar dos preços das diárias de hotéis. Ninguém vai dormir aqui pior do que a gente dorme em qualquer lugar do mundo. Para compensar o luxo de um quarto de hotel, vai ter o amor do povo do Pará, vai ter o povo do Pará mostrando o tipo de gente que nós somos. Eu quero que eles [estrangeiros] conheçam o povo dançando carimbó“, brincou o presidente.
Por fim, Lula lembrou, mais uma vez, que convidou “até” os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei, para participarem da COP. A citação aos dois se deve ao fato de que ambos já fizeram críticas públicas ao governo petista.
“O preconceito está vencido. A gente não está aqui para fazer o luxo, estamos para fazer o necessário para o povo de Belém. Mandei carta para o Trump, para o Xi Jinping [presidente da China], até para o Milei eu mandei, porque aqui a gente não tem preconceito”, concluiu.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/K/r/YMr0jsRL6hL6BWJgO7AA/54828696170-56d1513750-c.jpg)