Published
2 meses agoon
By
Um quadro de menor consumo de energia, e de bandeiras tarifárias mais caras, levou a recuos na atividade de eletricidade, dentro do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. A explicação é da chefe do Departamento de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. Nesta terça-feira (2), o instituto anunciou as contas nacionais referentes ao segundo trimestre desse ano.
Ao detalhar o desempenho da economia de abril a junho, Palis destacou os recuos em segmentos relacionados à eletricidade, no PIB. Dentro do PIB da indústria, a produção e distribuição de eletricidade, gás e água mostrou queda de 4% no segundo trimestre ante mesmo trimestre em 2024. Já eletricidade e gás, água e esgoto, atividades de gestão de resíduos mostrou recuo de 2,7% no segundo trimestre ante primeiro trimestre, informou ela.
De maneira geral, quando ocorre o recuo de um segmento, dentro do PIB, isso na prática significa que essa área não operou de forma pujante no período delimitado.
Palis lembrou que o consumo residencial de energia caiu no segundo trimestre, ante primeiro trimestre e também ante igual período em 2024. Isso porque o país teve temperaturas muito mais baixas, nos meses de abril, maio e junho, ante meses imediatamente anteriores e ante mesmo período no ano passado. Na prática, isso infere menor consumo de aparelhos intensivos em energia, como ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Outro aspecto a ser mencionado sobre o mesmo tema, notou ela, foi a trajetória de bandeira tarifária na área de energia. Essa bandeira é definida de acordo com nível de reservatórios hidrelétricos. Quanto menor ritmo de chuvas, mais baixo opera patamar de reservatórios; e maior uso se faz de outro tipo de geração de energia, que não o hidrelétrico – como é o caso das térmicas. “Tivemos problema de seca [menor cadência de chuvas] recentemente”, recordou ela. Como a geração térmica é mais cara do que a hidrelétrica, quanto maior uso se faz dela, mais cara é a energia, com influência na bandeira tarifária, paga pelo consumidor.
“No primeiro trimestre tivemos bandeira verde [sem aumentos] em energia; mas no segundo trimestre tivemos bandeiras amarela e vermelha [mais caras]”, lembrou ela. Energia mais cara também inibe consumo de eletricidade, com efeito na atividade do setor, ponderou ela.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/v/W/syNYqPSRO55Aeju1OEyw/foto25opin-201-col-op1-a16.jpg)